São Paulo, domingo, 08 de agosto de 2010

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Conferência reúne jovens em luta por igualdade

Garotos de 18 a 24 anos apresentam projetos que lideram em seus países

Assembleia capacita novos ativistas sociais em busca de maior impacto regional em várias partes do mundo

CÁSSIO AOQUI
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS


Feminista "desde os 13 anos", ao decidir tirar o véu, a egípcia Jasmin Mohamed Galal, 23, perdeu o apoio de todos que a cercavam. "Briguei com meus pais e perdi meus amigos muçulmanos."
Não tardou, contudo, para reagir ao preconceito. Tornou-se uma das mais engajadas jovens ativistas de direitos humanos do Egito.
Também na luta por igualdade de gênero, o cearense Italo Ribeiro Alves, 18, transformou a revolta em ativismo social logo aos 15 anos, depois de ver sua mãe ser vítima de violência doméstica.
Em novembro do ano passado, fundou a React & Change, organização que mira o protagonismo juvenil na luta contra a desigualdade entre homens e mulheres.
"O tema abre portas para tratar de outros, como intolerância social e homofobia."
Os dois não estão apenas conectados por histórias de quem fez das dificuldades pessoais energia para se tornar empreendedor social. Agora, são também potenciais parceiros de trabalho.
Na semana passada, se encontraram pela primeira vez no Latin America and Caribbean Youth Summit, conferência com jovens líderes sociais -intitulados Global Changemakers- de 25 países que se encerra hoje em Teresópolis e no Rio de Janeiro.
Junto com cerca de outros 60 garotos e garotas de 18 a 24 anos, eles discutem soluções para os problemas comunitários, regionais e mundiais, em temas que vão da exploração do pré-sal ao rombo na Previdência Social.
Mais ainda, apresentam seus projetos e criam oportunidades de interação para aumentar o impacto social.
A iniciativa, criada há três anos no Fórum Econômico Mundial, parceiro da Folha no Prêmio Empreendedor Social, conta com uma rede global de mais de 600 jovens.
Eles recebem treinamentos e bolsas de até R$ 8.400 para impulsionar seus trabalhos sociais e participam de eventos mundiais com líderes políticos e empresariais.
O programa teve aporte de R$ 4,6 milhões do governo britânico entre 2009 e 2010.
"Há mais de 3 bilhões de pessoas com menos de 24 anos. Precisamos dar voz a elas e engajá-las em prol da sociedade", diz Francesca Martonffy, diretora mundial do Global Changemakers.
Dois dos integrantes do fórum atuam em razão de terremotos devastadores. Logo após o tremor no Haiti, no início deste ano, o brasileiro Matheus Ortega, 22, voou para a ilha para levar esperança aos haitianos com a música.
O arquiteto chileno Nicolás Valenzuela, 24, desenvolveu um trabalho em apoio às vítimas de abalos em seu país e mobilizou 500 voluntários.


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