São Paulo, sábado, 8 de agosto de 1998

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"Sempre fica uma janela de esperança'

da Reportagem Local

Desde que sua filha desapareceu há quase seis meses, Cláudio Fraenkel largou praticamente tudo para se dedicar à busca de Isadora, 18 anos. Pediu licença do trabalho e passa os dias procurando pistas e fazendo contado com a polícia.
Formado em física, Fraenkel diz que racionalmente sabe que a filha foi morta. "Mas emocionalmente, sempre fica uma janela de esperança", disse. A seguir, o relato do administrador:

"Decidi reaparecer para deixar claro que Isadora nunca conheceu Francisco e que ele também nunca foi namorado dela. Ele (Pereira) inventou essa história para justificar os cheques sem fundo que apareceram nas mãos dele. Ela nunca falou em Francisco, motoboy e nem patinador.
Isadora estava namorando um rapaz chamado Artur, que conheceu durante as férias em Itaúnas (ES). No dia do desaparecimento, nós conversamos por telefone e combinamos de sair à noite com o Artur.
Ela não ligou, mas só achei que ela poderia ter mudado de idéia. No dia seguinte, comecei a ficar preocupado porque ela não ligou até a hora do almoço. Quando entrei no apartamento, encontrei a carteira dela com os documentos sobre o sofá e senti um desconforto muito grande.
Achei que algo de muito ruim tinha acontecido. A pior coisa do desaparecimento é a dúvida. Já passei por diversas fases. Perdi toda a minha rotina e a vida vira um turbilhão.
É uma dor muito grande. E o pior do desaparecimento é a dúvida. Embora acredite que o pior aconteceu com Isadora, você não consegue fechar a porta. Na razão, é muito claro. Mas emocionalmente, sempre fica uma janela de esperança.
Não quero fazer uma acusação frontal ao motoboy porque não é minha função. Acredito que minha filha morreu dia 10 de fevereiro e quero que a polícia explique o desaparecimento." (GN)



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