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Fiscalização tem só 1 carro e 10 fiscais
DA REPORTAGEM LOCAL
Um veículo e apenas dez fiscais.
Isso é tudo com que o Departamento Patrimonial do município,
vinculado à Secretaria Municipal
dos Negócios Jurídicos, conta para acompanhar cerca de 40 mil
áreas públicas no município.
"É por isso que está essa bagunça", diz o presidente da CPI das
Áreas Públicas, Arselino Tatto
(PT). As deficiências do departamento serão um dos itens do relatório da comissão. "É um setor
que precisa mudar rapidamente."
Segundo depoimento na CPI do
atual diretor do órgão, Osvaldo
Maugeri, a prefeitura não tem
qualquer controle sobre 10 mil
das 40 mil áreas públicas.
A secretária dos Negócios Jurídicos, Anna Emília Alves, concorda com as críticas, mas diz que o
descaso é histórico. "A situação
de hoje mostra que nunca houve
uma preocupação com o patrimônio público do município."
Ela disse que o prazo de 90 dias
proposto pela CPI para ser concluída uma nova negociação com
as entidades, sob pena de as áreas
serem retomadas, é suficiente. "Já
estamos nos preparando para isso." Segundo ela, o departamento
está mapeando as áreas cedidas e
fazendo o levantamento do valor
de mercado dos terrenos.
Anna Emília disse ainda que só
está esperando receber o relatório
da CPI para propor à prefeita
Marta Suplicy (PT) a criação de
uma comissão, formada por várias secretarias, para iniciar negociação com as entidades e reequipar o Departamento Patrimonial.
A secretária disse que os decretos -nos casos de permissão de
uso- podem ser facilmente revogados por Marta, sem prejuízo
ao município. A cessão de área,
estabelecida por lei municipal,
exige um estudo para cada caso.
Se não houve cumprimento da
contrapartida, a cessão também
pode ser anulada. Mas, segundo
Anna, a prefeitura dará prioridade à negociação. "Vamos seguir o
valor de mercado e não vamos
aceitar qualquer contrapartida."
O valor a ser repassado ao município dependerá da localidade
da área, do tamanho e do trabalho
desenvolvido pela entidade ou
empresa. Anna Emília disse que a
renegociação já deve dar resultado até o fim do ano, mas não há
ainda estudo sobre o possível aumento de receita municipal.
(GP)
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