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FERIADO
Grupo de 15 homens aproveita trânsito lento na Baixada Fluminense para roubar três carros e pertences de motoristas
Bando armado aterroriza estrada do Rio
WAGNER MATHEUS
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Um grupo de 15 homens, armados com escopetas, pistolas e fuzis, levou o terror ontem de manhã a dezenas de motoristas presos no trânsito lento da rodovia
Niterói-Manilha, uma das vias de
acesso à região dos Lagos do Estado do Rio de Janeiro.
Os criminosos aproveitaram o
congestionamento na Niterói-Manilha, devido ao feriado de 7
de Setembro, para fazer um assalto na altura do bairro de Guaxindiba, em São Gonçalo (a 25 quilômetros do centro do Rio).
Chegaram gritando
Na ação, que durou cerca de cinco minutos, foram roubados um
Tempra, um Pólo e uma camionete S-10 de cabine dupla. Durante a fuga, os criminosos acabaram
batendo com os dois carros de
passeio e tiveram de deixar o local
espremidos na S-10.
"Os homens chegaram dando
tiros para cima e gritando para a
gente sair do carro e deixar tudo
dentro. Na hora, não me dei conta
do que estava acontecendo. Depois que eles fugiram, fiquei com
raiva e chorei muito", contou a
proprietária do Pólo, a advogada
Denise Teixeira.
Moradora da Barra da Tijuca,
bairro de classe média alta do Rio,
Denise disse que ia para Búzios
com o marido, o advogado Ulisses Teixeira. "Resolvemos viajar
de dia por questão de segurança.
É inacreditável, acabamos sendo
assaltados às 11h30 da manhã."
Humilhação
A dona-de-casa Heloísa Carvalho Diniz, 48, disse que se sentiu
"humilhada e pequena" ao ser
obrigada a entregar seu Tempra
aos assaltantes. Ela mora no
Méier (zona norte do Rio) e viajava com o marido e os três filhos
para descansar em Rio das Ostras
(a 170 km da capital fluminense).
"Eram todos muito jovens, entre 18 e 20 anos. Foi humilhante.
Eles gritavam muito. Levaram tudo que a gente tinha no carro:
computador, videogames, roupas, sapatos e os R$ 70 que meu filho ganhou de presente de aniversário", lamentou a dona-de-casa.
O filho de Heloísa, Jorge Luís
Diniz Júnior, 14, contou ter ficado
apavorado quando os assaltantes
gritaram que iam matar a família
se todos não saíssem rápido do
carro. "Fiquei com muito medo.
Eles tinham muitas armas e não
paravam de gritar", contou o adolescente.
O proprietário da S-10, o comerciante Rogério Ferraz, 36, disse
que imaginou, a princípio, que o
grupo queria apenas objetos pessoais de valor.
"Moro em São João de Meriti
(Baixada Fluminense) e estava indo para Rio Bonito [a 74 km do
Rio". Foi tudo muito rápido. Pensei que eles queriam apenas o
meu relógio e dinheiro", contou.
Suspeita
O crime foi registrado na 7ª Delegacia Policial (São Gonçalo). Os
investigadores disseram acreditar
que os assaltantes são da favela de
Jardim Catarina, a menos de dois
quilômetros do local do assalto.
A Polícia Militar realizou após a
ação do bando uma incursão na
favela, mas não conseguiu prender nenhum integrante do grupo.
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