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Cidade já teve outros cercos no trânsito
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Os arrastões no trânsito não são
raros no Rio de Janeiro. A paranóia urbana da maioria dos motoristas é se ver cercada por um
grupo armado que tenha fechado
os acessos de uma via expressa
para roubar carros.
O objetivo, na maioria das vezes, não é o assalto em si, mas
conseguir um meio de transporte
para praticar outros crimes (como invadir morros para tomar o
tráfico local).
Na madrugada do dia 3 de abril
do ano passado, motoristas que
trafegavam pela avenida Niemeyer (que liga o Leblon a São Conrado, na zona sul) entraram em
pânico quando mais de 20 homens, armados com fuzis e vestindo roupas camufladas, fizeram
um cerco a quem passava.
Seis carros foram levados e os
assaltantes fugiram em direção à
zona norte da cidade.
Quase um mês depois, no dia 7
de maio, supostos traficantes da
facção criminosa Terceiro Comando fugiam da polícia e fecharam a saída de uma das galerias
do túnel Rebouças (que liga a zona norte à zona sul).
Armados com fuzis e pistolas,
eles obrigaram os motoristas a
abandonar seus carros.
Troca de tiros
Dez veículos foram levados, em
meio a uma intensa troca de tiros.
Da mesma forma, os assaltantes
usavam roupas camufladas e toucas ninja para esconder o rosto.
Em junho, a jornalista Selma
Schmidt foi baleada na entrada do
mesmo túnel. Assaltantes haviam
roubado um carro para fugir da
polícia e fizeram vários disparos.
No último fim de semana, a engenheira química Ana Cláudia
Kueres, 28, grávida de quatro meses morreu atingida por uma bala
de fuzil na barriga.
Ela e o marido passavam de carro em Manguinhos (zona norte)
quando se viram no meio de um
tiroteio entre a polícia e um grupo
de criminosos que roubava carros
no local.
O medo dos arrastões é tanto
que, na madrugada do sábado
passado, o barulho de uma batida
no túnel Rebouças foi confundido
pelos motoristas com o disparo
de tiros. Assustados, muitos voltaram na contramão ou abandonaram seus carros, fugindo a pé
em direção à saída.
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