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No Itaim Bibi, entidade desativou carceragem
DA REPORTAGEM LOCAL
A criação da Associação Colméia Vila Olímpia e a boa aceitação de suas propostas pelos órgãos da administração pública refletem a força que associações de
moradores e sociedades de amigos de bairros nobres de São Paulo, como Morumbi (zona sul),
Itaim Bibi (zona oeste) e Higienópolis (centro), já provaram ter.
Um dos casos mais emblemáticos é o da desativação da carceragem do 15º Distrito Policial no
ano passado, antiga reivindicação
da Sociedade Amigos do Itaim Bibi, cujos membros se sentiam incomodados e inseguros com a superlotação da cadeia -fato comum em todos os DPs da cidade.
Embora o então governador
Mário Covas afirmasse ser um
plano de seu governo desativar as
carceragens de todos os distritos,
foi no Itaim Bibi, depois de muita
pressão, que começou o processo
atualmente interrompido.
Mais um ponto para o grupo de
moradores, que já tinha conseguido transferir a Pholianafaria
-carnaval fora de época- da av.
Faria Lima para o Anhembi, interditar e fazer mudar de endereço o Café Photo -casa de prostituição de luxo- e promover o fechamento de outros bares.
Os moradores de Higienópolis
também colecionam vitórias. A
mais recente diz respeito a uma
obra que seria realizada no prédio
da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado), no bairro, e que
acabou sendo embargada pela
prefeitura depois que a Associação dos Moradores e Amigos do
Pacaembu, Perdizes e Higienópolis levou o caso à mídia, alegando
que a mudança degradaria a área.
Em 1999, a associação já havia
conseguido, por conta própria,
entrar em acordo com comerciantes da avenida Angélica para
retirarem letreiros gigantes da via.
Na mesma região, a associação
Bairro Vivo, que reúne moradores da Consolação, do Pacaembu
e de Higienópolis, decidiu parar
de esperar pela prefeitura e cuidar
da limpeza de ruas, de consertos
na pavimentação e da iluminação
das áreas de lazer. Os moradores e
algumas empresas da região custearam as obras.
No Morumbi, a briga é contra
os condomínios que vêm se instalando em terrenos do bairro onde
antes existiam grandes mansões e
extensas áreas arborizadas.
No ano passado, a então recém-criada Associação de Moradores
do Morumbi iniciou uma campanha contra os ataques às áreas
verdes, o aumento do fluxo de automóveis e a degradação da qualidade de vida no bairro causados,
segundo os moradores, pelo surto
imobiliário na região.
Maurício Faria, que já havia sido escolhido para ser presidente
da Emurb, chegou a ir pessoalmente ao bairro, a pedido do presidente da associação, que conta
com cerca de 350 membros.
Se depender do Movimento
Colméia São Paulo, a atuação e a
força das associações de bairro só
tendem a aumentar.
A idéia é que o projeto na Vila
Olímpia vire uma espécie de piloto e possa ser copiado por outros
bairros da cidade.
(MV)
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