São Paulo, sábado, 08 de setembro de 2001

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No Itaim Bibi, entidade desativou carceragem

DA REPORTAGEM LOCAL

A criação da Associação Colméia Vila Olímpia e a boa aceitação de suas propostas pelos órgãos da administração pública refletem a força que associações de moradores e sociedades de amigos de bairros nobres de São Paulo, como Morumbi (zona sul), Itaim Bibi (zona oeste) e Higienópolis (centro), já provaram ter.
Um dos casos mais emblemáticos é o da desativação da carceragem do 15º Distrito Policial no ano passado, antiga reivindicação da Sociedade Amigos do Itaim Bibi, cujos membros se sentiam incomodados e inseguros com a superlotação da cadeia -fato comum em todos os DPs da cidade.
Embora o então governador Mário Covas afirmasse ser um plano de seu governo desativar as carceragens de todos os distritos, foi no Itaim Bibi, depois de muita pressão, que começou o processo atualmente interrompido.
Mais um ponto para o grupo de moradores, que já tinha conseguido transferir a Pholianafaria -carnaval fora de época- da av. Faria Lima para o Anhembi, interditar e fazer mudar de endereço o Café Photo -casa de prostituição de luxo- e promover o fechamento de outros bares.
Os moradores de Higienópolis também colecionam vitórias. A mais recente diz respeito a uma obra que seria realizada no prédio da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado), no bairro, e que acabou sendo embargada pela prefeitura depois que a Associação dos Moradores e Amigos do Pacaembu, Perdizes e Higienópolis levou o caso à mídia, alegando que a mudança degradaria a área.
Em 1999, a associação já havia conseguido, por conta própria, entrar em acordo com comerciantes da avenida Angélica para retirarem letreiros gigantes da via.
Na mesma região, a associação Bairro Vivo, que reúne moradores da Consolação, do Pacaembu e de Higienópolis, decidiu parar de esperar pela prefeitura e cuidar da limpeza de ruas, de consertos na pavimentação e da iluminação das áreas de lazer. Os moradores e algumas empresas da região custearam as obras.
No Morumbi, a briga é contra os condomínios que vêm se instalando em terrenos do bairro onde antes existiam grandes mansões e extensas áreas arborizadas.
No ano passado, a então recém-criada Associação de Moradores do Morumbi iniciou uma campanha contra os ataques às áreas verdes, o aumento do fluxo de automóveis e a degradação da qualidade de vida no bairro causados, segundo os moradores, pelo surto imobiliário na região.
Maurício Faria, que já havia sido escolhido para ser presidente da Emurb, chegou a ir pessoalmente ao bairro, a pedido do presidente da associação, que conta com cerca de 350 membros.
Se depender do Movimento Colméia São Paulo, a atuação e a força das associações de bairro só tendem a aumentar.
A idéia é que o projeto na Vila Olímpia vire uma espécie de piloto e possa ser copiado por outros bairros da cidade. (MV)



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