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Caminhão cai em túnel que ia até presídio
GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um caminhão de lixo caiu
ontem, por volta das 12h, em
um túnel supostamente cavado
de fora em direção aos muros
da Penitenciária do Estado, no
Complexo do Carandiru, na
zona norte de São Paulo.
O asfalto cedeu com o peso
do veículo, que manobrava, e o
buraco (de cerca de três metros
de profundidade e dois de diâmetro) foi descoberto.
Até a conclusão desta edição,
a Polícia Militar ainda não sabia informar se havia pessoas
soterradas sob o asfalto e a
areia, que desabaram sob o peso do caminhão de lixo.
Por volta das 17h50, um representante da direção da penitenciária informou que nenhum dos 1.965 detentos recolhidos no local tinha fugido.
Todos estavam presentes na
contagem que é feita diariamente. Com isso, foi excluída a
possibilidade de haver detentos
sob os escombros.
De acordo com o funcionário
da penitenciária, em razão do
feriado havia "ameaças" de fuga, mas até ontem nada havia
sido concretizado.
No dia 13 de julho, 106 presos
fugiram do pavilhão 8 através
das galerias, na maior fuga da
história da Casa de Detenção.
O capitão Samuel Pizano de
Oliveira informou que há a
possibilidade de o túnel estar
sendo cavado por pessoas de
fora da penitenciária (que estariam trabalhando para ajudar
na fuga dos detentos). Só será
possível descobrir isso se a polícia encontrar algum corpo
sob os escombros.
O problema é que a polícia
aguardou ontem, sem sucesso,
durante seis horas pelo equipamento de escavação de buracos
(retroescavadeira).
O capitão pediu ajuda aos
bombeiros, à Administração
Regional de Santana, à Sabesp
(Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo)
e a uma empresa privada que,
segundo o policial, "ajuda nessas horas". Não funcionou.
"Está difícil por causa do feriado", disse o capitão, que recomeçará as buscas hoje às 8h.
O oficial disse que há marcas
ainda frescas de mãos nas paredes do túnel, indicando a presença recente de pessoas escavando no local.
A polícia encontrou ainda
duas caixas de leite com data de
produção do dia 17 de agosto,
três garrafas de água mineral e
dois pedaços de madeirite com
aparência de pouco uso.
O capitão reconhece que, caso haja alguém dentro do túnel,
a demora para conseguir o
equipamento reduz as chances
de sobrevivência.
Segundo o capitão, o túnel ligaria a galeria de água pluvial
da avenida Ataliba Leonel à galeria de esgoto da penitenciária.
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