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"Não criei uma assassina", diz mãe de Simone
BRUNO CUNHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Abalada com a prisão da filha
na Itália, a cabeleireira Márcia
Cipriano Moreira, 47, atribuiu
ontem uma possível contradição no depoimento que Simone
Moreira deu à polícia italiana à
dor provocada pela morte de
Giuliana, de dois anos.
Desde a morte da neta, na
quarta-feira, segundo ela, Simone ficou desnorteada e fora
de controle. "Ela me ligou às
2h30 comunicando a morte da
Giuliana. Não falava coisa com
coisa e repetia sem parar: "Perdi minha porcelana". Estava em
estado de choque", contou.
Fora de controle, segundo
Márcia, a filha prestou o primeiro depoimento à polícia no
dia do óbito e o segundo, na
quinta-feira. "Logo após o interrogatório, Simone passou
mal e foi levada ao hospital pela
comadre. Desde então, está sob
efeito de sedativos e já quis até
cometer suicídio", declarou.
Nervosa, Márcia não acredita
na hipótese de assassinato. "Pela criação que dei a ela, não
acredito que tenha cometido
um crime desses. Era levada e
teimosa quando criança, mas
não é uma assassina. Foi uma
fatalidade, um acidente."
Ela mostrou preocupação
com a situação de Simone, que
também é mãe de Lucas, 5, e,
segundo um vizinho, trouxe o
menino ao Brasil para morar
com Márcia há cerca de 20 dias.
"Ela está descontrolada, sozinha, sem um parente por perto,
perdeu a filha, foi caluniada e
presa", disse ela, que afirma
não ter condições financeiras
para ir neste momento à Itália.
Márcia conta ter visto a neta
somente três vezes. A última
delas, no Carnaval. "Passeamos
pela Barra e fomos a Copacabana, onde os pais de Giuliana se
conheceram."
Segundo Márcia, a filha conheceu o italiano Michele Favaro no Carnaval de 2006. Três
meses depois, foi morar com
ele na Itália. Simone ligou para
a mãe em junho daquele ano
comunicando a gravidez.
O casal se separou no início
deste ano após algumas brigas,
segundo Márcia.
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