|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Filha de brasileira morreu afogada, diz laudo
Autópsia de Giuliana Favaro, 2, mostra que ela não tinha lesões, o que reforça hipótese de que foi jogada em rio na Itália
Resultado pode complicar a situação da mãe, Simone Moreira, detida sob suspeita de haver matado a filha intencionalmente; ela nega
GINA MARQUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE ROMA
A autópsia de Giuliana Favaro, 2, estabeleceu que a menina
morreu na quarta-feira à noite
por afogamento no rio Monticano, na cidade de Oderzo (nordeste da Itália), segundo publicou ontem à noite o site do jornal italiano "Il Gazzettino".
A equipe que fez o exame não
encontrou nenhuma lesão ou
ferida no corpo da criança, o
que reforça a hipótese da polícia de que ela foi jogada no rio.
O resultado da necropsia pode complicar a situação da mãe,
a brasileira Simone Moreira,
22, detida desde sábado na prisão de Belluno, suspeita de haver matado intencionalmente a
filha. Simone divide a cela com
outras três mulheres, está sob
efeito de sedativos e continua a
afirmar que é inocente. O interrogatório dela, marcado para
ontem, foi adiado para amanhã.
Segundo Antonio Fojadelli,
procurador da República em
Treviso, cujo tribunal é responsável pelo caso, Simone declarou à polícia que a filha pode ter
caído de um vão nas grades de
proteção que cercam a área do
rio. Para o procurador, o vão é
muito pequeno, e é difícil que
Giuliana tenha chegado sozinha ao rio ou escorregado.
Alvise Tommaseo Ponzetta,
um dos advogados de Simone,
contestou a hipótese do procurador. "Simone Moreira declarou que a filha desapareceu e
nunca disse que a filha caiu daquele vão. Além disso, fui ver
pessoalmente o lugar e constatei que há outro ponto, atrás da
praça Rizzo, com três degraus,
onde a menina poderia ter chegado ao rio", disse ele à Folha.
Ainda será preciso esperar
30 dias para obter os resultados dos exames histológicos e
toxicológicos para verificar se
Giuliana ingeriu alguma droga
ou remédio antes de morrer.
O advogado Ponzetta tratou
também da causa da guarda de
Giuliana há cerca de um ano,
quando a brasileira se separou
de Michele Favaro, pai da
criança. "Eles não eram casados, e a decisão de que o pai ficaria com a guarda da menina
foi consensual", disse Ponzetta.
Simone conheceu Michele
no Rio, quando ela tinha 19
anos, e ele, 40. Após três meses,
eles foram viver juntos em Vigonovo, na Província de Treviso, onde Michele é gerente do
restaurante O Sabor do Brasil.
A brasileira trabalha num
bar e tem mais um filho de cinco anos, fruto de um relacionamento anterior. O menino vivia com ela e agora passa férias
no Rio com os parentes.
Ela tinha passagem aérea
marcada para o dia 23 de outubro para o Brasil. Segundo o advogado Ponzetta, Simone usaria essa passagem para pegar o
filho e levá-lo de volta à Itália.
"Se a minha cliente tivesse a intenção premeditada de fugir,
ela não esperaria o mês de outubro", afirmou ele.
O procurador Antonio Fojadelli afirmou que a passagem
aérea foi um dos motivos que
levaram à decisão de prender a
brasileira, para evitar que ela
fugisse da Justiça italiana. Segundo ele, há indícios suficientes para suspeitar que Simone
tenha matado a filha.
Texto Anterior: Assistência: Viva Leite está suspenso há 15 dias Próximo Texto: "Não criei uma assassina", diz mãe de Simone Índice
|