São Paulo, terça-feira, 08 de setembro de 2009

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Após greve, Kassab transfere 71 guardas

Medida ocorreu de um a três dias após o término da paralisação na Guarda Civil Metropolitana; sindicato vê retaliação

Transferências são "rotina", diz prefeito; guardas-civis foram transferidos para locais distantes de onde vinham trabalhando


DO "AGORA"

A gestão Gilberto Kassab (DEM) transferiu 71 guardas-civis metropolitanos de São Paulo entre a última quarta-feira -um dia depois de a categoria ter suspendido a paralisação por melhores salários, que durou oito dias- e sexta-feira.
Para o presidente do Sindguardas (sindicato dos guardas-civis), Carlos Augusto Souza Silva, a medida é uma retaliação aos servidores que participaram da greve.
"Há guardas que moram no Itaim Paulista [zona leste de São Paulo] e trabalhavam no centro e que, agora, estão indo para Santo Amaro [zona sul]", diz Silva. "É lamentável a prefeitura adotar uma atitude dessas diante de uma categoria que já andava insatisfeita."

"Rotina"
Sobre as transferências, o prefeito Gilberto Kassab se limitou ontem a dizer uma palavra: "rotina". Segundo ele, "a questão [da greve] está superada. A guarda tem nos ajudado muito ao longo da nossa gestão. Ela é valorosa, tem sido e continuará sendo valorizada".
Uma única portaria assinada pelo secretário municipal da Segurança Urbana, Edsom Ortega, e publicada no "Diário Oficial" do município em 2 de setembro mandou 43 guardas-civis da Inspetoria Regional do Parque Ibirapuera (zona sul) para inspetorias localizadas em bairros como Lapa (zona oeste), Mooca (zona leste) e Santo Amaro (zona sul).
Nessa mesma portaria, ficou decidido que uma guarda-civil que trabalhava em Itaquera (zona leste) e que o Sindguardas afirma ter aderido à greve fosse trabalhar na avenida Paulista (região central).
Outra guarda-civil foi transferida da Inspetoria Regional de Parelheiros, no extremo sul da capital, para o prédio da Secretaria Municipal da Segurança Urbana, na Luz (região central).
Há até um caso de mudança de funções motivada pela transferência. Nele, um casal de guardas-civis deixou a Cetel (Central de Telecomunicações e Videomonitoramento) da GCM, que fica na Luz (região central), onde fazia um serviço burocrático, e foi transferido para a rua, ficando à disposição da Inspetoria Regional da Mooca (zona leste) -que tem, entre outras atribuições, combater o comércio ilegal feito por ambulantes na região do Brás.
Na condição do anonimato, um dos guardas-civis transferidos disse que, com essa medida, está disposto a deixar a corporação e tentar conseguir uma vaga na iniciativa privada.
"Infelizmente, vou ter de deixar a corporação. Tenho 34 anos e não vejo mais nenhum futuro nisso que estou fazendo", afirmou ele.


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