São Paulo, terça-feira, 08 de setembro de 2009

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Criminosos atacam 4 postos da Polícia Militar em Salvador

Postos foram metralhados de madrugada, deixando 3 PMs feridos; durante perseguição, 3 suspeitos foram mortos

Polícia atribui ataques à transferência de traficante de Salvador para MS; três ônibus foram incendiados em locais distintos da cidade


MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Quatro postos da Polícia Militar foram metralhados por criminosos na madrugada de ontem em Salvador. Após os ataques, que deixaram três policiais feridos sem gravidade, houve perseguição e três suspeitos foram mortos.
Por volta das 5h, 12 homens distribuídos em três carros atacaram de maneira coordenada, segundo a PM, os postos dos bairros de Uruguai e Ribeira e das estações de ônibus de Pirajá e Mussurunga.
Três policiais ficaram feridos, sendo que um deles levou um tiro de raspão na cabeça. Eles estão em observação médica em dois hospitais, mas nenhum corre risco de morte.
Depois dos ataques, houve perseguição a um dos carros na avenida Antonio Carlos Magalhães, uma das mais movimentadas de Salvador. Na troca de tiros, três suspeitos, com idades entre 22 e 35 anos, ficaram feridos e morreram.
Em nota à imprensa, a polícia atribuiu os ataques de ontem à transferência de Cláudio Campanha, um dos principais traficantes da Bahia, que estava preso em Salvador, para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS).
Além dos disparos contra os postos policiais, criminosos atearam fogo ontem em três ônibus em pontos distintos da cidade. Os passageiros foram obrigados a descer dos veículos e ninguém ficou ferido. A polícia investiga se há relação com os ataques aos policiais.
A segurança pública é uma das áreas mais criticadas do governo Jaques Wagner (PT). Nos últimos quatro anos, os assassinatos na região metropolitana de Salvador no primeiro semestre passaram de 616 em 2006 para 997 em 2009 -aumento de 62%.
Dos 108 postos policiais construídos na cidade, ao menos um terço está desativado. O governo alega que se trata de uma mudança operacional.
Na área de segurança pública, o governo estadual enfrenta problemas como aumento do tráfico de drogas, toques de recolher e efetivo reduzido.
"O número de policiais no Estado neste ano [cerca de 30 mil], somado aos contratados do último concurso, voltou a ser o mesmo de 2003", diz Carlos Costa Gomes, especialista em violência e coordenador do Observatório de Segurança Pública, da universidade Unifacs.
Em agosto, os PMs deram início a uma paralisação que durou três dias e culminou com dois arrastões em bairros nobres de Salvador. Entre as reivindicações, estavam a compra de carros e de coletes à prova de bala. O governo considerou o movimento radical e ilegal.
Nos últimos dois anos, o dinheiro investido pelo governo baiano na compra de equipamentos para policiais cresceu 76%, passando de R$ 76,6 milhões para R$ 134,4 milhões.
Para o governo, a criminalidade é causada pelo aumento do tráfico de drogas. Mas diz que a violência está em queda, tendo como base a comparação dos homicídios na região metropolitana. O número caiu de 1.130 no primeiro semestre de 2008 para 997 em igual período deste ano -queda de 12%.


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