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Criminosos atacam 4 postos da Polícia Militar em Salvador
Postos foram metralhados de madrugada, deixando 3 PMs feridos; durante perseguição, 3 suspeitos foram mortos
Polícia atribui ataques à transferência de traficante de Salvador para MS; três ônibus foram incendiados em locais distintos da cidade
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Quatro postos da Polícia Militar foram metralhados por
criminosos na madrugada de
ontem em Salvador. Após os
ataques, que deixaram três policiais feridos sem gravidade,
houve perseguição e três suspeitos foram mortos.
Por volta das 5h, 12 homens
distribuídos em três carros atacaram de maneira coordenada,
segundo a PM, os postos dos
bairros de Uruguai e Ribeira e
das estações de ônibus de Pirajá e Mussurunga.
Três policiais ficaram feridos, sendo que um deles levou
um tiro de raspão na cabeça.
Eles estão em observação médica em dois hospitais, mas nenhum corre risco de morte.
Depois dos ataques, houve
perseguição a um dos carros na
avenida Antonio Carlos Magalhães, uma das mais movimentadas de Salvador. Na troca de
tiros, três suspeitos, com idades entre 22 e 35 anos, ficaram
feridos e morreram.
Em nota à imprensa, a polícia
atribuiu os ataques de ontem à
transferência de Cláudio Campanha, um dos principais traficantes da Bahia, que estava preso em Salvador, para o presídio
federal de segurança máxima
de Campo Grande (MS).
Além dos disparos contra os
postos policiais, criminosos
atearam fogo ontem em três
ônibus em pontos distintos da
cidade. Os passageiros foram
obrigados a descer dos veículos
e ninguém ficou ferido. A polícia investiga se há relação com
os ataques aos policiais.
A segurança pública é uma
das áreas mais criticadas do governo Jaques Wagner (PT).
Nos últimos quatro anos, os assassinatos na região metropolitana de Salvador no primeiro
semestre passaram de 616 em
2006 para 997 em 2009 -aumento de 62%.
Dos 108 postos policiais
construídos na cidade, ao menos um terço está desativado. O
governo alega que se trata de
uma mudança operacional.
Na área de segurança pública, o governo estadual enfrenta
problemas como aumento do
tráfico de drogas, toques de recolher e efetivo reduzido.
"O número de policiais no
Estado neste ano [cerca de 30
mil], somado aos contratados
do último concurso, voltou a
ser o mesmo de 2003", diz Carlos Costa Gomes, especialista
em violência e coordenador do
Observatório de Segurança Pública, da universidade Unifacs.
Em agosto, os PMs deram
início a uma paralisação que
durou três dias e culminou com
dois arrastões em bairros nobres de Salvador. Entre as reivindicações, estavam a compra
de carros e de coletes à prova de
bala. O governo considerou o
movimento radical e ilegal.
Nos últimos dois anos, o dinheiro investido pelo governo
baiano na compra de equipamentos para policiais cresceu
76%, passando de R$ 76,6 milhões para R$ 134,4 milhões.
Para o governo, a criminalidade é causada pelo aumento
do tráfico de drogas. Mas diz
que a violência está em queda,
tendo como base a comparação
dos homicídios na região metropolitana. O número caiu de
1.130 no primeiro semestre de
2008 para 997 em igual período
deste ano -queda de 12%.
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