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Obra cria "barreira verde" e desapropria 2.784 imóveis
Propriedades atingidas superam as dos trechos sul ou leste do Rodoanel
Estado defende opção de traçado na malha urbana para isolar a Cantareira e conter
expansão irregular
Moacyr Lopes Junior/Folhapress
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Área urbana ao lado de vegetação na zona norte; região deve ser atingida pelo Rodoanel
DE SÃO PAULO
O trecho norte do Rodoanel prevê desapropriar 2.784
imóveis, 54% mais do que no
trecho sul e 160% acima da
estimativa no trecho leste. A
área atingida, porém, é bem
menor que a dos demais.
Esse quadro reflete a opção adotada pelo Estado de
evitar impactos mais drásticos no Parque Estadual da
Cantareira, embora atingindo a malha urbana no extremo norte da capital paulista.
O estudo acessado pela
Folha nos últimos dias defende essa alternativa como
forma de também criar uma
"barreira física" para conter
ocupações irregulares que
passaram a devastar a Cantareira nos últimos anos.
Com isso, diz, a via demarca um território a ser protegido da expansão urbana.
Dois terços dos imóveis
afetados estão no próprio
município de São Paulo,
principalmente em Pirituba,
Freguesia do Ó/Brasilândia e
Jaçanã/Tremembé. O restante, em Guarulhos e Arujá.
As propriedades afetadas
são predominantemente residenciais -perto de metade
é classificada como "subnormal", incluindo favelas.
Mas também há nas proximidades do traçado condomínios fechados (inclusive
de alto padrão, como perto
da av. Inajar de Souza).
O traçado atenua, mas
não evita danos à Cantareira.
Quase metade da área atingida é coberta por vegetação.
O trecho norte do Rodoanel afeta uma área com fauna diversa. O estudo cita
que, na região, há 64 espécies de mamíferos e 241 de
aves -mais que no ramal
sul, onde registraram 36 de
mamíferos e 204 de aves.
COMPENSAÇÕES
O Estado prevê um gasto
de R$ 463 milhões com ações
ambientais como proteção
da fauna e da flora e plantios
compensatórios.
É menos do que foi gasto
no trecho sul do Rodoanel,
cujos custos atingiram
R$ 500 milhões. O governo
atribuiu a diferença às extensões de cada trecho (57 km no
sul e 43 km no norte).
Para a licença ambiental, a
alça norte será debatida em
audiências públicas. O Estado pretende encerrar essa
etapa neste semestre para licitar e iniciar a obra em 2011.
As características do trecho norte do Rodoanel devem ser semelhantes às das
outras alças -com velocidade máxima de 100 km/h.
Haverá quatro faixas de
tráfego entre a avenida Raimundo Pereira Magalhães e
a rodovia Fernão Dias e três
faixas de tráfego da Fernão
Dias à Presidente Dutra.
Durante a construção, 78
vias nas imediações do traçado poderão ser temporariamente interrompidas.
(ALENCAR IZIDORO)
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