São Paulo, sexta-feira, 08 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Rio troca chefes da maioria dos batalhões

Governo mudou comando de 12 dos 21 batalhões da PM e de 5 unidades de formação e análise criminal na cidade

Alterações ocorrem após onda de arrastões e morte de garoto em ação policial; em nota, secretário nega relação

DIANA BRITO
DO RIO

O governo do Rio decidiu trocar o comando da maioria dos batalhões da Polícia Militar na capital do Estado. Foram substituídos ontem os comandantes de 12 batalhões e de 5 unidades de formação e de análise criminal.
As mudanças ocorrem após onda de arrastões na cidade, apesar de a cúpula da segurança dizer que não há relação entre os fatos e que as mudanças eram previstas.
A cidade tem 21 batalhões -além de sete especiais, como o Bope, que atuam em todo o Estado.
Entre os que tiveram mudanças está o 1º, no Estácio (zona norte), responsável pela área do elevado Paulo de Frontin. Ali houve dois arrastões em menos de 12 h -noite de terça e manhã de quarta.
Na tentativa de recuperar um carro roubado num desses ataques, policiais ocuparam na quarta à tarde a favela da Mangueira (zona norte). Houve troca de tiros, e Matheus Peres Viana, 13, morador, morreu com um tiro na barriga.
Outro batalhão foi o 23º, no Leblon (zona sul). Sob sua responsabilidade ficam os bairros de São Conrado -onde no fim de agosto homens armados mantiveram 35 reféns num hotel- e Joá -local de dois arrastões recentes.
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, informou, através de sua assessoria, que não iria comentar as mudanças de comando. A pasta diz que os arrastões são casos isolados.
Mas à tarde, em outra nota, o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, disse que os novos comandantes foram orientados a se "debruçarem sobre os roubos a carros ocorridos nesta semana". A orientação é que haja "policiamento mais incisivo a esses roubos".
A nota informa ainda que na próxima semana haverá a formatura de 1.300 PMs.
A série de arrastões vem assustando o Rio desde a semana passada. Em menos de 24 h, foram três. Além dos dois no acesso ao elevado, na saída do túnel Rebouças, anteontem à noite houve um caso na rua Mundo Novo, que liga os bairros de Laranjeiras e Botafogo (zona sul).
A proximidade entre as favelas e os locais onde ocorrem os arrastões é uma das razões apontadas por especialistas para que esse tipo de crime seja comum no Rio.
"Facilita a investida e retirada rápidas", diz a professora Julita Lemgruber, da Universidade Cândido Mendes.


Texto Anterior: FOLHA.com
Próximo Texto: Aposentada morre em tiroteio na zona norte
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.