São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2008

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Invasão e esgoto poluem represas, diz Sabesp

Prefeitura de SP estima que 2 milhões de pessoas vivam em áreas irregulares em mananciais, onde não há tratamento de dejetos

Em Guarulhos, 100% do esgoto produzido não passa por tratamento; promotor alerta ainda para despejo clandestino por indústrias

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL

A invasão de áreas de mananciais e a falta de tratamento de esgoto nos municípios que ficam à beira das represas Guarapiranga e Billings são os principais fatores de poluição dessas águas, segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia).
A Prefeitura de São Paulo estima que cerca de 2 milhões de pessoas vivam em ocupações irregulares nas áreas de bacia das represas.
Nenhuma delas tem tratamento de esgoto e os dejetos produzidos são despejados diretamente nas águas, por ligações clandestinas.
De acordo com a última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), essa é a realidade de 20% dos moradores da região metropolitana de São Paulo. Parte desse esgoto que não é coletado vai direto para os córregos que recortam as cidades, para os rios e para as represas.
De acordo com a Sabesp, em Guarulhos, por exemplo, 100% do esgoto produzido não passa por tratamento. Em São Bernardo, 5% são jogados na Billings.
Um dos bairros de Diadema também despeja todos os dejetos que produz na represa -o município não informou qual a população desse local.
Algumas vezes, mesmo quando há coleta de esgoto, não há tratamento. Segundo a Sabesp, até julho deste ano, o esgoto de cerca de 1 milhão de habitantes era jogado pela empresa diretamente no rio Pinheiros e nas represas Billings e Guarapiranga, pois não havia como levar os dejetos para uma estação de tratamento.
O problema foi solucionado, diz a empresa, com a construção de uma estação em Barueri.

Indústrias
"O que essas cidades despejam de esgoto nos rios ainda é assustador", diz o promotor de meio ambiente da capital, José Eduardo Ismael Lutti.
"Somam-se ainda a isso o que indústrias lançam clandestinamente nos rios, porque é mais barato do que tratar", ressalta Lutti.
Segundo ele, os índices de chumbo localizados nas represas podem ser oriundos de uma ligação clandestina industrial.

Qualidade melhor
A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, que faz monitoramentos da qualidade da água da represa e lança relatórios anuais, diz que há dez anos o chumbo é percebido na Billings.
Mas, de acordo com o órgão, a qualidade da água melhorou desde 1992, quando a água do rio Pinheiros era jogada, sem tratamento, na represa.
A Sabesp afirma que a qualidade vem melhorando, já que o avanço da população clandestina no entorno das represas tem estacionado nos últimos anos.
A Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo não informou o número de novas ocupações nos últimos anos e afirmou que está regularizando a situação desses moradores e instalando redes coletoras de esgoto.
(TALITA BEDINELLI e MARCIO PINHO)



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