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Invasão e esgoto poluem represas, diz Sabesp
Prefeitura de SP estima que 2 milhões de pessoas vivam em áreas irregulares em mananciais, onde não há tratamento de dejetos
Em Guarulhos, 100% do esgoto produzido não passa por tratamento; promotor alerta ainda para despejo clandestino por indústrias
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
A invasão de áreas de mananciais e a falta de tratamento de
esgoto nos municípios que ficam à beira das represas Guarapiranga e Billings são os principais fatores de poluição dessas
águas, segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico
do Estado de São Paulo) e a
Emae (Empresa Metropolitana
de Águas e Energia).
A Prefeitura de São Paulo estima que cerca de 2 milhões de
pessoas vivam em ocupações
irregulares nas áreas de bacia
das represas.
Nenhuma delas tem tratamento de esgoto e os dejetos
produzidos são despejados diretamente nas águas, por ligações clandestinas.
De acordo com a última Pnad
(Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), essa é a realidade de 20% dos moradores
da região metropolitana de São
Paulo. Parte desse esgoto que
não é coletado vai direto para
os córregos que recortam as cidades, para os rios e para as represas.
De acordo com a Sabesp,
em Guarulhos, por exemplo,
100% do esgoto produzido não
passa por tratamento. Em São
Bernardo, 5% são jogados na
Billings.
Um dos bairros de Diadema
também despeja todos os dejetos que produz na represa -o
município não informou qual a
população desse local.
Algumas vezes, mesmo
quando há coleta de esgoto, não
há tratamento. Segundo a Sabesp, até julho deste ano, o esgoto de cerca de 1 milhão de habitantes era jogado pela empresa diretamente no rio Pinheiros e nas represas Billings e
Guarapiranga, pois não havia
como levar os dejetos para uma
estação de tratamento.
O problema foi solucionado,
diz a empresa, com a construção de uma estação em Barueri.
Indústrias
"O que essas cidades despejam de esgoto nos rios ainda é
assustador", diz o promotor de
meio ambiente da capital, José
Eduardo Ismael Lutti.
"Somam-se ainda a isso o que
indústrias lançam clandestinamente nos rios, porque é mais
barato do que tratar", ressalta
Lutti.
Segundo ele, os índices de
chumbo localizados nas represas podem ser oriundos de uma
ligação clandestina industrial.
Qualidade melhor
A Cetesb (Companhia de
Tecnologia de Saneamento
Ambiental), da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, que faz
monitoramentos da qualidade
da água da represa e lança relatórios anuais, diz que há dez
anos o chumbo é percebido na
Billings.
Mas, de acordo com o órgão,
a qualidade da água melhorou
desde 1992, quando a água do
rio Pinheiros era jogada, sem
tratamento, na represa.
A Sabesp afirma que a qualidade vem melhorando, já que o
avanço da população clandestina no entorno das represas tem
estacionado nos últimos anos.
A Secretaria Municipal de
Habitação de São Paulo não informou o número de novas
ocupações nos últimos anos e
afirmou que está regularizando
a situação desses moradores e
instalando redes coletoras de
esgoto.
(TALITA BEDINELLI e MARCIO PINHO)
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