São Paulo, segunda-feira, 08 de novembro de 2010

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MEC admite reaplicar Enem a aluno prejudicado

Medida atingiria quem fez prova com repetição ou ausência de perguntas

Falhas ocorreram nos exames de anteontem e podem ter atingido cerca de 2.000 alunos, segundo o ministério

ANGELA PINHO
DE BRASÍLIA

O Inep, instituto do Ministério da Educação responsável pelo Enem, admite aplicar outra versão do exame a alunos que fizeram a prova anteontem com questões repetidas e outras faltando.
A falha ocorreu em algumas provas do caderno amarelo, uma das quatro versões. Segundo o Inep, a orientação aos fiscais foi trocar a prova na hora por outra sem o problema. O instituto admite, porém, que em algumas situações isso não ocorreu.
Nesses casos está sendo estudada a possibilidade de reaplicar o exame, mas não há certeza se essa será mesmo a solução adotada. "Garantimos que nenhum aluno será prejudicado", disse o presidente do instituto, Joaquim José Soares Neto.
Ele não descarta uma outra saída. Em 2009, estudantes que não puderam fazer o Enem no Espírito Santo devido a enchentes fizeram a prova na data destinada aos presidiários, um mês depois.
O problema ainda está sendo dimensionado. A estimativa é que cerca de 2.000 tenham feito a prova incompleta -3,4 milhões de alunos fizeram o exame anteontem.
"As pessoas prejudicadas têm o direito de fazer essa prova de novo. O MEC está tratando isso como se o problema fosse pontual, mas não é. Se a TRI existir mesmo, não tem por que não aplicar outra prova [para os prejudicados]", afirmou Matheus Prato, especialista em Enem.
Ele se referiu ao sistema [Teoria de Resposta ao Item] adotado no exame em que, com questões diferentes, é possível montar provas com dificuldade semelhante.

GABARITO
O presidente do Inep também anunciou que entrará no ar na internet na quarta-feira o sistema que permitirá aos candidatos pedir que sua prova seja corrigida em uma ordem diferente de questões. O prazo para os pedidos vai até o dia 16 deste mês.
O site será criado devido a um erro na folha de respostas anteontem. O caderno de questões apontava que ciências humanas ia da pergunta 1 à 45, e ciências da natureza, da 46 à 90. No cartão-resposta, a ordem, no entanto, estava invertida: o bloco de ciências da natureza ia da 1 à 45.
Segundo Soares Neto, ainda será investigada a responsabilidade pelas falhas. Ele afirmou que só soube do problema após as 13h de sábado, embora o edital previsse que funcionários do Inep aprovassem as provas na gráfica.
Ele disse estar com a sensação de "missão cumprida". "Me sinto orgulhoso de ter liderado processo dessa dimensão e dessa importância para a educação brasileira."


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