Governo diz que pode processar quem acessou Twitter dentro do local de prova

Na internet, mensagem do ministério diz que candidatos monitorados nas redes sociais "já dançaram no Enem"

DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO

O Ministério da Educação ameaçou ontem processar alunos que postaram mensagens no Twitter sobre o Enem e disse que eles haviam "dançado" no exame. A suspeita é que tenham usado celular dentro dos locais de prova.
"Alunos q [que] já "dançaram" no Enem tentam tumultuar com msgs [mensagens] nas redes sociais. Estão sendo monitorados e acompanhados. Inep pode processá-los", disse o ministério no Twitter. O Inep é o órgão da pasta que cuida da prova.
À tarde, o chefe da comunicação do ministério, Nunzio Briguglio, afirmou que esses internautas escreviam mensagens pelo celular de dentro da sala de aula.
"Dissemos que estávamos monitorando a situação e eles pararam." Segundo ele, o termo "dançar" se referia a quem não foi bem na prova e saiu antes do final.
O Enem é utilizado por universidades federais como vestibular e seleciona estudantes no Prouni [programa de bolsas a alunos carentes em universidades privadas].

CELULAR NA SALA
Em outro post no Twitter, a pasta e o Inep afirmam que podem processar um repórter do "Jornal do Commercio", de Pernambuco, que divulgou o tema da redação por celular de dentro do local da prova. O tema da redação foi "Trabalho na construção da dignidade humana".
À tarde, o Inep disse que encaminhou o caso à Polícia Federal. Os dois órgãos afirmaram que o jornalista "cometeu ato ilícito ao atentar contra as regras do certame".
Para o diretor do cursinho Oficina do Estudante, Célio Tasinafo, "o vazamento do tema da redação mostra que o esquema de segurança do exame é cheio de falhas". Tasinafo disse que o fato "evidencia a dificuldade em garantir a segurança total em exame dessa abrangência".


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