São Paulo, sábado, 8 de novembro de 1997.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE
Cachaça contaminada faz 13ª vítima fatal na Bahia

CHRISTIANNE GONZÁLEZ
da Agência Folha, em Salvador

O Hospital Estadual de Serrinha (BA) confirmou ontem a morte de mais uma vítima da cachaça que teria provocado a morte de outras 12 pessoas no interior da Bahia nos últimos 25 dias.
Ontem à tarde, o DPT (Departamento de Polícia Técnica) do Instituto Médico Legal confirmou a presença de metanol nas 17 amostras encaminhadas para análise pela Dires (Diretoria Regional de Saúde) de Serrinha.
Dessas, sete continham metanol em dosagens altíssimas. Segundo o DPT, havia mais 100 g de metanol por litro de cachaça em cada uma dessas sete amostras.
O laudo do DPT não divulgou a proporção de metanol suportável pelo organismo humano.
Segundo o delegado federal do Ministério da Agricultura, Marcos Cidreira, o metanol (produto tóxico utilizado como combustível em carros de corrida) é nocivo à saúde humana em dosagens acima de 0,25 ml por 100 ml de álcool anidro (usado para fazer cachaça).
A 13ª vítima é o lavrador Antonio Pereira da Silva, 64. Ele morreu no início da tarde de ontem, após ter ingerido mais de um litro de cachaça de fabricação clandestina, segundo informações da enfermeira Teresa Cardoso de Souza.
"O filho da vítima disse que ele estava bebendo desde o dia anterior e que começou a passar mal no início da manhã de hoje (ontem)", disse Teresa.
A enfermeira afirmou também que os médicos constataram que o lavrador chegou ao hospital com disfunção do sistema nervoso. "Essa é uma das consequências da ingestão de metanol", disse.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.