DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O assalto ao Banco Central, em Fortaleza, já completou quatro meses. Dez pessoas estão presas por envolvimento no crime e apenas 11% do total, cerca de R$ 18 milhões, foram recuperados. Sobre os líderes da quadrilha e a maior parte do dinheiro, a polícia ainda não tem idéia de onde possam estar.
Pelas investigações, a Polícia Federal estima que tenham participado do assalto 23 pessoas. Em depoimento, um dos presos por envolvimento no caso, Pedro José da Cruz, o Pedrão, relatou que, só na escavação do túnel que viabilizou a retirada do dinheiro da caixa-forte do banco, participaram, em revezamento, aproximadamente 30 pessoas.
Os homens citados como líderes da quadrilha -Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, Lucivaldo Laurindo, o Cabelo, Moisés Teixeira da Silva, o Tatuzão, e Marcos Rogério Machado de Morais, o Cabeção- ainda estão foragidos.

Informação privilegiada
Um laudo do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, divulgado anteontem, concluiu que seria mesmo necessário ter as plantas do prédio do banco e de sua caixa-forte, além de outras informações privilegiadas sobre o sistema de segurança, para a realização do assalto.
A conclusão da perícia reforça a hipótese de que pessoas que trabalham ou trabalharam no banco, ou mesmo na construção do prédio ou na instalação do sistema de segurança, tenham participado do crime.
A PF identificou como informante apenas o ex-segurança Deusimar Neves Queiroz, que está preso e confessou, segundo a polícia, ter dado dicas sobre o interior do banco à quadrilha. Queiroz trabalhou no local há alguns anos, contratado por uma empresa terceirizada.
"São necessárias informações internas, como a espessura da parede, a posição dos objetos no interior da caixa-forte e a disposição do sistema de segurança", diz o laudo. "Medidas exatas são indícios fortes de conhecimento e planejamento."


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