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Governo decide criar centros substitutos que possam operar em caso de pane
HUMBERTO MEDINA
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após o caos nos aeroportos
causado por falhas no sistema
de comunicação do Cindacta-1,
o centro de controle de Brasília,
o governo resolveu anunciar
um pacote de medidas para evitar novos problemas. A principal é dividir a responsabilidade
dos atuais quatro centros para
outras capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belém.
Em São Paulo, a capacidade
operacional deverá ser dobrada, para que possa assumir todo
o controle hoje em Brasília, se
necessário. "Serão centros menores, com controles mais moderados, porém com capacidade de um cobrir o outro no caso
de uma pane", disse o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Luiz Carlos Bueno.
A implantação da medida deve
demorar de seis a oito meses,
entre compra de equipamentos
e treinamento de pessoal.
Os centros menores são chamados de "centros de aproximação" e controlam vôos abaixo de 25 mil pés. Com novos
equipamentos, passam a monitorar aviões acima desse nível.
As outras medidas são: aumentar os equipamentos de reserva -segundo os controladores, hoje não há sobressalentes;
fechar contratos de manutenção preventiva e corretiva com
o fabricante dos sistemas de comunicação; mais verbas para
atualização de equipamentos
de comunicação via satélite e
por telefone; e uma avaliação
de risco nos Cindactas (Brasília, Manaus, Recife e Curitiba).
A avaliação será feita pelo
ITA (Instituto Tecnológico da
Aeronáutica) e pelo CTA (Centro Tecnológico da Aeronáutica). O aumento de recursos para a Aeronáutica foi determinado pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Para isso, a equipe econômica terá de remanejar verbas de outras áreas.
Falta de pessoal
Bueno admitiu que o governo
não tinha pessoal qualificado
para tratar da pane de terça-feira e que um representante do
fornecedor do equipamento
que estava em Manaus teve que
ser acionado. "Realmente, não
tínhamos um técnico ou engenheiro para uma intervenção."
A crise deverá estar resolvida
até o final do ano, segundo Bueno. "Não é que não vai ter atraso, mas os atrasos serão normais, de 30 ou 40 minutos."
O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil, Milton
Zuanazzi, disse ontem que a
Aeronáutica já comprou o novo
sistema de rádio independente
para se prevenir de futuras panes, conforme ordem do presidente Lula. Ele deve ser instalado até a semana que vem.
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