São Paulo, sexta-feira, 08 de dezembro de 2006

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Governo decide criar centros substitutos que possam operar em caso de pane

HUMBERTO MEDINA
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após o caos nos aeroportos causado por falhas no sistema de comunicação do Cindacta-1, o centro de controle de Brasília, o governo resolveu anunciar um pacote de medidas para evitar novos problemas. A principal é dividir a responsabilidade dos atuais quatro centros para outras capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belém.
Em São Paulo, a capacidade operacional deverá ser dobrada, para que possa assumir todo o controle hoje em Brasília, se necessário. "Serão centros menores, com controles mais moderados, porém com capacidade de um cobrir o outro no caso de uma pane", disse o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Luiz Carlos Bueno. A implantação da medida deve demorar de seis a oito meses, entre compra de equipamentos e treinamento de pessoal.
Os centros menores são chamados de "centros de aproximação" e controlam vôos abaixo de 25 mil pés. Com novos equipamentos, passam a monitorar aviões acima desse nível.
As outras medidas são: aumentar os equipamentos de reserva -segundo os controladores, hoje não há sobressalentes; fechar contratos de manutenção preventiva e corretiva com o fabricante dos sistemas de comunicação; mais verbas para atualização de equipamentos de comunicação via satélite e por telefone; e uma avaliação de risco nos Cindactas (Brasília, Manaus, Recife e Curitiba).
A avaliação será feita pelo ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) e pelo CTA (Centro Tecnológico da Aeronáutica). O aumento de recursos para a Aeronáutica foi determinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para isso, a equipe econômica terá de remanejar verbas de outras áreas.

Falta de pessoal
Bueno admitiu que o governo não tinha pessoal qualificado para tratar da pane de terça-feira e que um representante do fornecedor do equipamento que estava em Manaus teve que ser acionado. "Realmente, não tínhamos um técnico ou engenheiro para uma intervenção."
A crise deverá estar resolvida até o final do ano, segundo Bueno. "Não é que não vai ter atraso, mas os atrasos serão normais, de 30 ou 40 minutos."
O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil, Milton Zuanazzi, disse ontem que a Aeronáutica já comprou o novo sistema de rádio independente para se prevenir de futuras panes, conforme ordem do presidente Lula. Ele deve ser instalado até a semana que vem.


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