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Médicos formados por faculdades ruins têm mais denúncias de erro, diz CRM-SP
FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL
A má qualidade do ensino das
faculdades de medicina leva ao
mercado de trabalho profissionais despreparados, o que acaba refletindo no aumento do
número de denúncias por erro
médico, afirma Braulio Luna
Filho, diretor de comunicação
do CRM-SP (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).
Anteontem, a entidade divulgou o resultado de um exame
com alunos do sexto ano de medicina. Mais da metade (56%)
dos formandos foi reprovada.
"Existem fortes indícios de
que as escolas com corpo docente desqualificado e infra-estrutura insuficiente, como a
falta de hospitais universitários, estão formando médicos
ruins. Os cursos de medicina viraram fábricas de dinheiro,
com mensalidades entre R$
2.500 e R$ 4.000. A vítima não
é o aluno, mas o paciente."
Segundo Luna Filho, há dez
anos, a maioria dos médicos denunciados tinha mais de 20
anos de formados e isso ocorria
principalmente por falta de
atualização. Hoje, as denúncias
são mais freqüentes contra médicos com menos de cinco anos
de experiência, o que leva à
conclusão de que foram mal
preparados para atuar.
O número de médicos denunciados em SP aumentou
em 75% entre 2000 e 2006, acima das taxas de crescimento de
médicos e da população.
Há 172 faculdades de medicina no país e cerca de 10 mil formandos por ano, mas nem todos fazem residência médica
por causa da falta de vagas. No
Estado, apenas 39% dos médicos fizeram residência.
"Não precisamos de mais
médicos, mas de bons médicos", avalia Roberto D'Avila, vice-presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina).
O secretário da Educação Superior, Ronaldo Mota, diz que
os critérios de abertura de cursos estão mais rigorosos e que a
avaliação das escolas de medicina será mais exigente.
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