São Paulo, sábado, 08 de dezembro de 2007

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Médicos formados por faculdades ruins têm mais denúncias de erro, diz CRM-SP

FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL

A má qualidade do ensino das faculdades de medicina leva ao mercado de trabalho profissionais despreparados, o que acaba refletindo no aumento do número de denúncias por erro médico, afirma Braulio Luna Filho, diretor de comunicação do CRM-SP (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).
Anteontem, a entidade divulgou o resultado de um exame com alunos do sexto ano de medicina. Mais da metade (56%) dos formandos foi reprovada.
"Existem fortes indícios de que as escolas com corpo docente desqualificado e infra-estrutura insuficiente, como a falta de hospitais universitários, estão formando médicos ruins. Os cursos de medicina viraram fábricas de dinheiro, com mensalidades entre R$ 2.500 e R$ 4.000. A vítima não é o aluno, mas o paciente."
Segundo Luna Filho, há dez anos, a maioria dos médicos denunciados tinha mais de 20 anos de formados e isso ocorria principalmente por falta de atualização. Hoje, as denúncias são mais freqüentes contra médicos com menos de cinco anos de experiência, o que leva à conclusão de que foram mal preparados para atuar.
O número de médicos denunciados em SP aumentou em 75% entre 2000 e 2006, acima das taxas de crescimento de médicos e da população.
Há 172 faculdades de medicina no país e cerca de 10 mil formandos por ano, mas nem todos fazem residência médica por causa da falta de vagas. No Estado, apenas 39% dos médicos fizeram residência.
"Não precisamos de mais médicos, mas de bons médicos", avalia Roberto D'Avila, vice-presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina).
O secretário da Educação Superior, Ronaldo Mota, diz que os critérios de abertura de cursos estão mais rigorosos e que a avaliação das escolas de medicina será mais exigente.


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