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Projeto prevê ampliar cidadania italiana
Pelo texto, mulheres poderão transmitir cidadania aos filhos nascidos antes de 1948; Brasil e Argentina lideram ranking de pedidos
Proposta, que já foi aprovada em comissão da Câmara dos Deputados da Itália, foi apresentada por deputado ítalo-argentino
JANAÍNA ÁVILA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM ROMA
Uma emenda aprovada em
comissão da Câmara dos Deputados da Itália prevê a igualdade de direitos de homens e
mulheres na transmissão
de cidadania.
Atualmente, as mulheres
descendentes de italianos não
transmitem cidadania para os
filhos nascidos antes de 1º de
janeiro de 1948. No caso dos
homens, não há restrições
quanto à data de nascimento.
A mudança na lei, vigente
desde 1992, foi proposta pelo
deputado ítalo-argentino Ricardo Antonio Merlo.
Aprovado pela Comissão de
Assuntos Constitucionais, o
texto ainda precisa ser ratificado pelos deputados, enviado
para apreciação do Senado e, se
não houver alterações, segue
para a sanção presidencial.
Na opinião do deputado, a lei
em vigor é incoerente pois impede a "mesma dignidade social e igualdade entre os sexos",
prevista pela Constituição italiana, ao deixar de fora os filhos
de mães descendentes de italianos nascidos antes de 1948.
Pelo texto do projeto, a diferença entre homens e mulheres coloca a mulher descendente de italianos em situação "juridicamente inferior".
Na opinião do deputado, isso
provoca uma disparidade de
tratamento entre homens e
mulheres, "absolutamente inaceitável pela Constituição".
Segundo o Istat (Instituto
Nacional de Estatísticas), da
Itália, apenas no ano passado,
foram concedidas 35.266 novas
cidadanias italianas.
Brasil e Argentina lideram o
ranking de pedidos. Dados da
embaixada italiana em Brasília
mostram que, desde 1992, foram feitos 750 mil pedidos de
cidadania no país. Desses, somente 215 mil (28,67%) foram
reconhecidos até agora.
Em 2006, ainda segundo a
embaixada, foram 13.283 pedidos de reconhecimento de
documentos e outros 67 mil de
legalizações. Somente 1,05%
ou 139 novas cidadanias foram
concedidas.
Números do Ministério do
Exterior italiano indicam que
há mais de 1,13 milhão de
cidadãos italianos na América
Latina, o que corresponde a um
terço do total de italianos residentes no exterior.
Parada
A discussão sobre a emenda
está parada na Casa por causa
da Lei Financiária 2008 -o Orçamento- e a parte proposta
pelo deputado acabou sendo
retirada da pauta.
"O governo, ao pedir que a
parte relativa à cidadania fosse
retirada momentaneamente,
dá a entender que as disposições previstas pelo projeto poderão ser aprovadas sucessivamente, depois do exame do balanço financeiro", acredita o
deputado.
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