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Empresários "viram" médicos em inauguração da Casa do Estudante
Eles ganharam jalecos por ajudar na reforma da moradia dos alunos de medicina
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Alguns dos maiores empresários de São Paulo sentiram-se
ontem médicos por um dia,
vestindo o jaleco branco com o
emblema da Faculdade de Medicina da USP. A homenagem
ocorreu na cerimônia de reinauguração da Casa do Estudante,
reconstruída e mobiliada com
doações de R$ 2 milhões dos
mesmos empresários.
"Agora é só começar a atender", brincou o empresário Mário Arthur Adler, filho do criador da emblemática Estrela,
com Antonio Bornia (Bradesco), ambos usando o jaleco
branco, que receberam de presente das mãos do médico Miguel Srougi.
Professor titular de urologia
da USP, Srougi foi responsável
pela arrecadação dos recursos e
também um dos doadores. Foi
dele a idéia de reformar a casa.
Ao visitar o imóvel a convite
dos estudantes, ficou sensibilizado com a precariedade.
"Parecia um cortiço. Havia
infiltrações no telhado, juntava
água no box", lembra estudante
Filipe Bini. "O banheiro era coletivo e, de manhã, havia filas
para tomar banho", acrescenta
Milena Cristina Vita, que vive
há três anos na casa.
Ontem, além dos empresários homenageados, estiveram
presentes no evento o prefeito
Gilberto Kassab (DEM), o ex-governador Cláudio Lembo,
médicos e estudantes da USP.
"Desde que me tornei prefeito,
esse evento é o mais gratificante que participei. É um exemplo
de cidadania."
O empresário Adler emendou: "É fundamental que os futuros médicos consigam ter
dignidade e tranqüilidade durante os estudos. É uma iniciativa que deveria ser repetida
por outros empresários".
É o que espera o estudante
Frederico Fernandes Filho, 26,
um dos diretores da casa. Segundo ele, além dos alunos de
medicina que precisam de moradia, há outros que não têm esse problema, mas apresentam
outras dificuldades, como a
aquisição de livros para o curso.
Construída em 1950, a casa
não passava por reformas havia
cinco anos. Com a reconstrução, o imóvel ganhou cinco novos apartamentos e atende agora a 52 estudantes de outras regiões que não tem condições financeiras de bancar moradia
na capital. Outros 12 alunos
aguardam uma vaga no local.
"Conseguimos fazer com que
52 estudantes vivam com dignidade. Não é o suficiente para
atender a todos, mas é o começo. Espero que esse movimento
se replique", disse Srougi.
O imóvel, localizado na rua
Teodoro Sampaio, zona oeste
de São Paulo, tem 26 apartamentos com banheiros privativos. Cada quarto foi equipado
com computador e internet.
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