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NARCOTRÁFICO
Deputado diz que não vai renunciar ao cargo
Landim se recusa a depor na Câmara e alega "inércia psicossomática"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado Pinheiro Landim
(sem partido-CE), acusado em investigação da Polícia Federal de
suposto envolvimento em esquema de venda de habeas corpus a
traficantes de drogas detidos, teve
ontem à noite reunião de 20 minutos com o corregedor da Câmara dos Deputados, deputado
Barbosa Neto (PMDB-GO), mas
negou-se a prestar depoimento.
Landim disse que não poderia
se defender porque ele e seu advogado, Raul Livino, não tiveram
acesso ao inquérito da PF, que
tramita em segredo de Justiça e foi
enviado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) à Câmara.
Em nota à imprensa, Landim
disse estar ""em estado de inércia
psicossomática". Segundo seu advogado, ele "está desorientado,
sob forte dose de tranquilizante".
O corregedor aguardava o depoimento de Landim para concluir o relatório que apresentará
na terça-feira à Mesa Diretora.
Barbosa deverá propor abertura
de processo contra Landim no
Conselho de Ética da Casa, por
quebra de decoro parlamentar.
Se for instaurado, o processo
poderá levar à cassação do atual
mandato do deputado, que termina em 31 de janeiro, e à consequente inelegibilidade por oito
anos após o final do mandato suspenso. Reeleito em outubro, Landim assume um novo mandato
em 1º de fevereiro.
Na opinião de Livino, se o processo não for concluído em janeiro, não poderá ter continuidade
na legislatura seguinte e o próximo mandato ""não será afetado".
Técnicos da Câmara dizem que
caberá à Mesa Diretora examinar
a questão.
Sem renúncia
Ao deixar seu gabinete, Landim
disse, em rápida entrevista, que,
por enquanto, não pensa em renunciar ao mandato -o que o livraria do processo e das consequentes punições. ""Estou sendo
prejulgado e sentenciado sem
nem sequer ter direito a qualquer
informação sobre quais são os fatos e elementos que estão sendo
imputados à minha pessoa."
Segundo as investigações, a suposta venda de habeas corpus envolveria Landim e membros do
Superior Tribunal de Justiça e do
Tribunal Regional Federal.
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