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ADMINISTRAÇÃO
Nélio Bizzo (Educação) alegou "razões pessoais"; para Rui Falcão, "tamanho do desafio" pode ter motivado decisão
Secretário de Marta deixa cargo após 6 dias
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário municipal da Educação, Nélio Marco Vincenzo Bizzo, 43, pediu demissão ontem,
após ficar só seis dias no cargo.
Bizzo, que alegou "razões pessoais" para sair tão rapidamente,
era o terceiro a ocupar o cargo na
gestão Marta Suplicy (PT).
A demissão surpreendeu o governo, que enfrenta problemas
para definir um nome para uma
secretaria escolhida como uma
das vitrines da gestão PT.
"Ele pode ter feito uma avaliação [quando aceitou o cargo" que
era possível compatibilizar.
Quando percebeu o tamanho do
desafio, [ele" pode ter avaliado...",
disse ontem o secretário Rui Falcão (Governo) sobre a saída.
A Folha procurou Bizzo ontem,
entre 17h e 21h, para ele comentar
sua saída, mas ele não respondeu
aos recados deixados na secretaria e em seu celular.
Com R$ 1,89 bilhão de Orçamento para este ano, o órgão tem,
por exemplo, a maior receita entre todas as secretarias. Além disso, a secretaria é responsável pelas
construção dos CEUs (Centros
Educacionais Unificados), obra
que Marta Suplicy quer deixar como "marca do governo".
Com a saída de Bizzo e convites
feitos pelo governo federal ao primeiro escalão, Marta ainda terá
de fazer mudanças em seu secretariado, como na secretaria de
Serviços e Obras (Jorge Hereda), e
na Anhembi (Eduardo Sanovicz).
Nesses dois últimos casos, os titulares foram convidados para
atuar no governo federal. No caso
da Educação, a secretaria será comandada provisoriamente pela
socióloga Maria Aparecida Perez,
46, que ocupava a chefia de gabinete do órgão.
Outros secretários ficaram sabendo da saída do titular da Educação em uma reunião ontem
com a prefeita, onde Bizzo e outros novos integrantes do governo
seriam apresentados oficialmente
aos colegas. Ele não apareceu.
Na secretaria, todos os ex-secretários tiveram gestões curtas. O
primeiro, Fernando José de Almeida, ficou pouco mais de um
ano, de janeiro de 2001 a fevereiro
de 2002. A segunda, Eny Maia,
permaneceu por dez meses, entre
fevereiro e dezembro do ano passado. Bizzo bateu o recorde.
"Seria pior se, ao final de dois
meses, ele fizesse isso. Teria mudado toda a equipe", disse Falcão.
O ex-secretário passou seus
poucos dias no cargo fazendo
reuniões com assessores e chefes
de departamento. Na segunda-feira, reuniu-se em Brasília com o
ministro Cristovam Buarque
(Educação).
Bizzo, que é biólogo e vinha
ocupando o cargo de vice-diretor
da Faculdade de Educação da
USP (Universidade de São Paulo),
demonstrou desde o começo
preocupação com o cargo.
Em entrevista concedida à Folha no primeiro dia de gestão, na
sexta-feira, Bizzo admitiu estar
perplexo. "Hoje [sexta-feira", como meu primeiro dia, não sei se
vou conseguir dormir direito.
Não é uma tarefa corriqueira, trivial [ser secretário"", disse.
Bizzo, o pensador acadêmico,
revelou as dificuldades que Bizzo,
o secretário, teria de enfrentar.
"Agora estou desafiado a fazer,
não só a pensar."
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