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Polícia recupera as telas furtadas do Masp
Dois homens foram presos, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo; museu deve reabrir na próxima sexta
As duas obras, de Pablo Picasso e de Candido
Portinari, foram levadas no dia 20 de dezembro, após
arrombamento do museu
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia paulista recuperou
ontem os quadros de Pablo Picasso e Candido Portinari furtados do Masp (Museu de Arte
de São Paulo) no dia 20 de dezembro. As duas obras, encontradas em uma casa na periferia
de Ferraz de Vasconcelos
(Grande SP), estavam intactas.
Dois homens foram presos.
Eles tinham antecedentes por
roubo e um deles era foragido
do sistema prisional. A polícia
acredita que o furto foi uma encomenda, mas ainda não conseguiu identificar o comprador.
"É obvio que os dois presos
não furtaram para eles mesmos. É uma encomenda ou para chegar a algum ponto. O
principal agora é saber quem
encomendou e para onde os
quadros iam", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil,
Maurício José Lemos Freire.
As obras foram levadas por
três homens, que usaram um
macaco hidráulico e um pé-de-cabra para arrombar a entrada
do Masp. O crime demorou cerca de três minutos.
Logo após o crime, a polícia
afirmou que os quadros tinham
sido furtados por uma quadrilha internacional e que o destino seria o Exterior, mas especialistas disseram que o furto
teria sido feito por amadores,
que não conseguiriam vender
obras tão raras.
Ontem, as duas pinturas foram mostradas no Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado), em
uma apresentação que reuniu a
cúpula da polícia e da Secretaria da Segurança Pública. As
pinturas foram expostas ao lado de policiais com fuzis.
Os quadros serão entregues
hoje ao museu. Às 11h, será feita
uma cerimônia. "Eu gostaria de
convidar o secretário (Ronaldo
Marzagão, da Segurança) e os
policiais para irem ao museu
fazer a entrega. Queremos fazer uma homenagem a vocês",
disse Julio Neves, presidente
do Masp.
A ação que terminou na recuperação das obras começou no
dia 27 de dezembro, quando
Francisco Laerton Lopes de Lima, 33, foi preso. Foi a partir de
informações fornecidas por ele
que policiais do Deic prenderam ontem à tarde, na cidade
de São Paulo, Robson de Jesus
Jordão, 32.
As pinturas foram encontradas no começo da noite de ontem em uma casa, vazia, na periferia de Ferraz de Vasconcelos. As pinturas estavam protegidas por uma capa.
Segundo a polícia, Lima participou do furto e das tentativas
anteriores, de roubo e de furto,
ao museu. O preso admite a
participação na tentativa de
roubo, mas nega o furto.
A princípio, segundo a polícia, está descartado o envolvimento de funcionários do
Masp no furto dos quadros.
Foram furtadas as telas "O
Lavrador de Café" (da década
de 30, óleo sobre tela, 100 x 81
cm), do pintor brasileiro Candido Portinari (1903-1962), e o
"Retrato de Suzanne Bloch"
(1904, óleo sobre tela, 65 x 54
cm), do artista espanhol Picasso (1881-1973).
O museu, cujo acervo é avaliado em mais de US$ 1 bilhão e
inclui obras de Claude Monet e
Vincent Van Gogh, não possuía
alarme nem sensores em suas
obras. A segurança era feita por
quatro vigias desarmados.
Depois do crime, veio à tona a
fragilidade da segurança do local. O museu deve reabrir nesta
sexta-feira. Mas, segundo o
presidente do museu, parte do
novo equipamento de segurança, que é importado, ainda não
foi entregue.
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