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"Super-rico" torce nariz para "farofa" dos "apenas ricos"
Em Florianópolis, na Jurerê Internacional,
há quem prefira não tirar o pé dos espaços "exclusivos"
Ficar em áreas isoladas próximas da praia, com piscinas e DJs, pode custar até R$ 5.000 ao dia para frequentadores
LUIZA BANDEIRA
ENVIADA ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS
Eliane Luiz, 36, é juíza,
tem apartamento de veraneio comprado a R$ 800 mil
na praia mais badalada de
Florianópolis e bebe champanhe Veuve Clicquot à beira
mar, a R$ 280 a garrafa.
Mas, na opinião de alguns
frequentadores de Jurerê Internacional, ela é "farofa".
Os "super-ricos" do balneário passam toda a temporada sem pôr os pés na areia e
pagam até R$ 1.000 só para
entrar em um bar livre dos
que consideram "farofeiros".
Eles são necessariamente
mais ricos que o pessoal da
areia, mas desprezam a democracia à beira mar, onde
entra quem quer. "Super-rico" aprecia o público "bonito
e selecionado" de local pago.
"No lugar aberto tem cara
tatuado, bombado, de corrente. Estou pagando para ficar em um lugar exclusivo",
diz o paulista Rodrigo de Castro, 31, enquanto bebe champanhe na piscina do P12, espécie de clube na praia.
No local, as atrações são a
piscina com bar dentro, camas confortáveis e DJs.
A entrada varia de R$ 45
para mulheres a até R$ 300
para homens, preço cobrado
nos dias mais cobiçados.
"Na praia você fica cheio
de areia. É muita farofa, muito Maresias", afirma Davi Almeida, 30, que diz gastar cerca de R$ 500 ao dia no clube.
No Cafe de la Musique, os
preços são mais salgados: os
"super-ricos" chegam a gastar até R$ 5.000 diariamente.
"Aqui o nível é melhor.
Mas está ficando muito caro
agora, nem na Europa é assim", diz o advogado cuiabano Diogo Alves, 27, que foi à
praia em só dois dos 20 dias
em que esteve na cidade.
Com amigos, ele pagou,
em um dia, R$ 20 mil de consumação para ficar na piscina do Cafe de la Musique.
A consumação é gasta em
muito champanhe, vodca,
energético, cerveja e ofertas
de bebidas para mulheres.
No Cafe, a entrada para
homens custa até R$ 1.000. A
das mulheres é de graça. "Os
donos sabem que os homens
querem estar cercados de
mulheres bonitas", diz Diogo, cercado por oito garotas
dançando ao redor de sua
mesa, bebendo de graça.
"CHIQUE"
Mesmo os lugares que não
cobram entrada dão um jeito
de selecionar o seu público.
No restaurante Taikô, a entrada é livre e as mesas da
parte de trás são liberadas.
Mas, para ficar nas da frente, com vista para a praia, a
consumação é de R$ 3.000.
"Não é todo mundo que
vai entrar aqui. Nós viemos
porque seleciona a frequência. É outro perfil", afirma o
empresário Ronaldo Zardur,
44, de São Paulo.
E, se a "farofa" entrar, será
uma "farofa chique", diz o
publicitário paulista Filipe
Chavez, 30. "As meninas do
meu lado compraram um suco de morango e tiraram da
bolsa uma [vodca] Absolut.
Não é para qualquer um."
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