UOL


São Paulo, domingo, 09 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Esporte pode ser opção de trabalho

FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE

Comprar uma prancha, conseguir patrocínio e ser um campeão do surfe são parte do sonho da maioria das crianças e adolescentes que frequentam as escolinhas da modalidade no litoral norte.
Esses meninos e meninas que procuraram a escola são filhos de pescadores, faxineiras, pedreiros, caseiros e seguranças que, diante dos altos custos do esporte, apenas observavam o surfe da areia.
Diante da falta de perspectivas, as aulas de surfe surgem como uma alternativa para uma profissão. Caso não consigam a fama, os alunos podem atuar como instrutores nas escolas particulares, trabalhar em fábricas e oficinas de prancha e como salva-vidas.
Conhecido como Zecão, o ex-surfista José Carlos Maciel Rennó aproveita o sucesso obtido na década de 80 como campeão brasileiro para conseguir parcerias para a escolinha e se preocupa com o estudo dos alunos para que eles não sejam obrigados a trabalhar.
"Essas crianças, quando não têm oportunidade, perdem a infância, pois têm que ajudar os pais. Tenho uma aluna que cuida dos irmãos menores para a mãe trabalhar, mas ela também é uma criança", afirma.
Em Caraguatatuba, no projeto Antes no Mar do que na Rua, que ensina surfe a 150 crianças e adolescentes, o coordenador Luciano Agnaldo Coelho Santana, 34, consegue doações de bolsas de estudo de colégios e escolas de inglês para premiar os alunos em competições municipais.


Texto Anterior: "Destruí o quarto e montei oficina"
Próximo Texto: 23º do ranking é filho de pescador
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.