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Esporte pode ser opção de trabalho
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
Comprar uma prancha, conseguir patrocínio e ser um campeão
do surfe são parte do sonho da
maioria das crianças e adolescentes que frequentam as escolinhas
da modalidade no litoral norte.
Esses meninos e meninas que
procuraram a escola são filhos de
pescadores, faxineiras, pedreiros,
caseiros e seguranças que, diante
dos altos custos do esporte, apenas observavam o surfe da areia.
Diante da falta de perspectivas,
as aulas de surfe surgem como
uma alternativa para uma profissão. Caso não consigam a fama, os
alunos podem atuar como instrutores nas escolas particulares, trabalhar em fábricas e oficinas de
prancha e como salva-vidas.
Conhecido como Zecão, o ex-surfista José Carlos Maciel Rennó
aproveita o sucesso obtido na década de 80 como campeão brasileiro para conseguir parcerias para a escolinha e se preocupa com
o estudo dos alunos para que eles
não sejam obrigados a trabalhar.
"Essas crianças, quando não
têm oportunidade, perdem a infância, pois têm que ajudar os
pais. Tenho uma aluna que cuida
dos irmãos menores para a mãe
trabalhar, mas ela também é uma
criança", afirma.
Em Caraguatatuba, no projeto
Antes no Mar do que na Rua, que
ensina surfe a 150 crianças e adolescentes, o coordenador Luciano
Agnaldo Coelho Santana, 34, consegue doações de bolsas de estudo
de colégios e escolas de inglês para premiar os alunos em competições municipais.
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