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MEC exclui universidades do conselho da educação
Educadores preencherão as vagas para evitar conflito de interesses, diz ministério
Associação de reitores e CUT estão entre as entidades que deixarão de indicar nomes para órgão que opina sobre política educacional
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
O MEC excluiu representantes de universidades, sindicatos
e outras instituições da lista de
entidades que indicam membros para o Conselho Nacional
de Educação. A intenção, diz o
ministério, é reduzir a influência dessas entidades, que, muitas vezes, examinam processos
relacionados a elas próprias.
A alteração deverá abranger
principalmente as faculdades
privadas, que hoje possuem
maioria na Câmara de Educação Superior do conselho.
O secretário da Educação Superior, Ronaldo Mota, afirma
que um dos objetivos da mudança é fazer com que "os conselheiros sejam cada vez menos
parte de eventuais processos e
cada vez mais educadores com
visão do todo educacional".
"Não estamos dizendo que as
indicações eram equivocadas,
mas gostaríamos de ter um perfil de entidades mais associadas
a educadores, pesquisadores e
estudiosos do setor", disse.
Entre as entidades que ficarão de fora estão a Associação
Nacional de Universidades
Particulares, a Associação Brasileira das Universidades Comunitárias e a CUT. Todas têm
hoje ao menos um nome do
conselho indicado por elas.
Também foi excluída a Andifes, que representa reitores de
federais, mas que não havia
emplacado suas indicações. A
nova lista é composta principalmente por órgãos acadêmicos, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
A medida está sendo criticada pelas entidades excluídas,
que afirmam que há o risco de
os novos membros não conhecerem o sistema. Dizem ainda
que instituições representativas ficarão de fora do órgão -e
pressionam o MEC a recuar.
O CNE (Conselho Nacional
de Educação) é formado por 24
membros divididos em duas câmaras (de educação básica e superior). Até abril, 12 conselheiros serão trocados.
O órgão assessora o ministério na elaboração da política
educacional e também possui
funções que afetam diretamente as instituições de ensino.
É o conselho, por exemplo,
que avalia pedidos de credenciamento de instituições que
querem oferecer cursos superiores ou ser reconhecidas como centros universitários ou
universidades (tendo, assim, liberdade para abrir vagas).
Hoje, na Câmara de Educação Superior, dos 12 conselheiros, 7 foram indicados por entidades que representam instituições privadas (não necessariamente apenas por elas) ou
dirigem escolas particulares.
Os integrantes do CNE são
escolhidos a partir de uma lista
de candidatos indicados por
entidades ou pelo governo.
De dois em dois anos -quando metade dos conselheiros é
trocada ou reconduzida- o governo publica portaria informando quais entidades indicarão nomes. Por lei, metade dos
selecionados deve ter sido indicada pelas entidades.
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