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Idealizadora diz que Cemas foi desvirtuado
DA REPORTAGEM LOCAL
A idealizadora do Cemas
(Centro de Manejo de Animais Silvestres), Ângela Maria Branco, diz que seu projeto original foi "mutilado" e
"desvirtuado". Ela lamenta o
desaparecimento de 101 animais do centro.
"O Cemas deveria tratar de
animais atropelados, feridos
ou apreendidos pela polícia.
Seu hospital é o maior da
América do Sul para animais
silvestres. Mas os viveiros
para reabilitação, necessários para que os animais voltem para a natureza, não foram concluídos", afirma.
De acordo com Branco, o
projeto era muito bem avaliado e obteve patrocínio para sua implantação. "Só a Petrobras deu R$ 600 mil."
O local, diz ela, deveria
funcionar como um hospital-escola. "Universidades tinham interesse em mandar
seus alunos para aulas práticas no Cemas."
Em sua concepção, o centro deveria realizar pesquisas com os animais -para saber se têm doenças como
leptospirose e febre amarela.
Dener Giovanini, coordenador-geral da Renctas
(ONG que combate o tráfico
de animais), diz que acompanhou a criação do Cemas
com entusiasmo, mas que o
local virou um "lugar onde se
jogam animais" onde "não se
tem preocupação nenhuma
com conservação".
"É uma situação delicada.
Por falta de controle e fiscalização os centros de triagem
ficam abandonados e são
porta aberta para fomentar o
tráfico. Oficializa-se o tráfico
na mãos de quem deveria
combatê-lo." Ele também diz
que o centro deveria fazer
pesquisas "de vírus emergentes que podem ser transmitidos para a população".
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