São Paulo, sábado, 09 de fevereiro de 2008

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Idealizadora diz que Cemas foi desvirtuado

DA REPORTAGEM LOCAL

A idealizadora do Cemas (Centro de Manejo de Animais Silvestres), Ângela Maria Branco, diz que seu projeto original foi "mutilado" e "desvirtuado". Ela lamenta o desaparecimento de 101 animais do centro.
"O Cemas deveria tratar de animais atropelados, feridos ou apreendidos pela polícia. Seu hospital é o maior da América do Sul para animais silvestres. Mas os viveiros para reabilitação, necessários para que os animais voltem para a natureza, não foram concluídos", afirma.
De acordo com Branco, o projeto era muito bem avaliado e obteve patrocínio para sua implantação. "Só a Petrobras deu R$ 600 mil."
O local, diz ela, deveria funcionar como um hospital-escola. "Universidades tinham interesse em mandar seus alunos para aulas práticas no Cemas."
Em sua concepção, o centro deveria realizar pesquisas com os animais -para saber se têm doenças como leptospirose e febre amarela.
Dener Giovanini, coordenador-geral da Renctas (ONG que combate o tráfico de animais), diz que acompanhou a criação do Cemas com entusiasmo, mas que o local virou um "lugar onde se jogam animais" onde "não se tem preocupação nenhuma com conservação".
"É uma situação delicada. Por falta de controle e fiscalização os centros de triagem ficam abandonados e são porta aberta para fomentar o tráfico. Oficializa-se o tráfico na mãos de quem deveria combatê-lo." Ele também diz que o centro deveria fazer pesquisas "de vírus emergentes que podem ser transmitidos para a população".


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