São Paulo, terça-feira, 09 de fevereiro de 2010

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Rio não consegue atingir meta de redução de mortes

Número de homicídios no Estado sobe 1,3% mesmo depois de o governo iniciar programa de pacificação de favelas

Foram registrados 5.794 assassinatos em 2009 ante 5.717 de 2008, ano com o menor número de casos desde o início da série em 91

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

O número de vítimas de homicídios no Rio não caiu no ano em que o governo iniciou pacificação de favelas antes controladas por traficantes. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública, houve alta de 1,3% dos casos em 2009 ante 2008.
De acordo com os dados, a alta foi maior na capital (4,1%), onde estão as sete favelas com Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Na zona sul, onde estão cinco delas, as mortes no ano subiram de 50 para 56.
Na avaliação da Secretaria de Segurança, as UPPs visam "resgatar o território" e são um "começo de estratégia".
"Quando se tira de circulação armas de guerra, a tendência é diminuir [os casos de homicídios]", disse o secretário José Mariano Beltrame. A secretaria quer ocupar cerca de 150 favelas até 2012.
Ele listou como principais medidas para a baixa nos assassinatos o estabelecimento de metas e a integração entre as polícias Civil e Militar. Os resultados são cobrados por área sob responsabilidade dos dois órgãos, o que, para ele, incentiva a troca de informações.
A secretaria cumpriu três das quatro metas (roubos de rua, veículos e latrocínio). Não atingiu apenas a de homicídios.
O objetivo era diminuir em 11,7% os casos no segundo semestre de 2009, comparado ao mesmo período de 2008. A queda foi de 9%. No primeiro semestre, houve alta de 12%.
Beltrame, porém, não atribuiu a alta entre janeiro e junho à crise econômica, argumento usado pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), para a alta em seu Estado.
Segundo o ISP, houve 5.794 homicídios em 2009, taxa de 34,6 casos por 100 mil habitantes. Ainda longe de tirar o Rio da faixa "epidêmica" de homicídios, no critério da OMS (Organização Mundial da Saúde) - abaixo de 10 casos por 100 mil habitantes. Em São Paulo, a taxa em 2009 foi de 10,95.
Em 2008, o Rio havia registrado seu mais baixo número de casos de homicídios desde a publicação dos dados, em 1991: 5.717 assassinatos.


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