São Paulo, quarta-feira, 09 de fevereiro de 2011

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Tarifa do metrô custará R$ 2,90 a partir de domingo

Aumento de 9,43% supera inflação; valor ainda é menor que o do ônibus

Reajuste será menor em bilhetes especiais, como o fidelidade, que deixa a viagem mais barata do que a tarifa unitária

ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO

A tarifa do metrô e dos trens em São Paulo subirá de R$ 2,65 para R$ 2,90 a partir do próximo dia 13, domingo.
O reajuste de 9,43%, anunciado ontem pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), é superior ao acumulado de um ano para cá dos principais índices de inflação ligados a preços do consumidor.
O IPCA, medido pelo IBGE e base das metas oficiais do país, ficou limitado a 6%. O IPC, da Fipe-USP, 6,2%. O IGP-M, da FGV, atingiu 11,5% -mas sofre influência de câmbio e preços de atacado.
Apesar do reajuste, a passagem do metrô seguirá mais barata que a dos ônibus municipais, cuja alta de R$ 2,70 para R$ 3 foi dada pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) em janeiro -11,11%, também acima da inflação, motivando diversos protestos nas últimas semanas na cidade.
O metrô tem 84% de aprovação de usuários, segundo pesquisa da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos). Os ônibus, só 59%.
O reajuste será menor em bilhetes especiais -que deixam a viagem mais barata do que pela tarifa unitária.
O cartão fidelidade de 50 viagens sobe 5,6%. Passa de R$ 116,5 para R$ 123.
O bilhete "madrugador exclusivo" (válido das 4h40 às 6h15 no Metrô e das 4h às 5h35 na CPTM), que custa hoje R$ 2,40, vai aumentar 4,17% -para R$ 2,50.

INTEGRAÇÃO
Apesar das parcerias divulgadas nesta semana entre os governos Kassab e Alckmin, a tarifa integrada entre metrô e ônibus é a que mais vai aumentar em relação à que era cobrada em 2010.
O bilhete integrado custará R$ 4,49, 10,3% mais que os R$ 4,07 do ano passado.
Em janeiro, quando do reajuste dos ônibus, ele já havia subido para R$ 4,29.
A Secretaria dos Transportes Metropolitanos diz que os reajustes são uma "atualização tarifária" que "leva em consideração" a necessidade de manter o equilíbrio econômico-financeiro do Metrô.
Para manter suas despesas, a estatal não depende do governo -só recebe do Estado repasses para as obras e para bancar as gratuidades ou os descontos da tarifa.
Integrantes da gestão Alckmin ouvidos pela Folha citaram dois fatores para a decisão do reajuste da tarifa do metrô acima da inflação.
Um, de ordem técnica, é a preocupação de, abaixo de R$ 2,90, superlotar mais a rede metroviária devido à diferença do preço dos ônibus.
A demanda na linha 3-vermelha (Leste/Oeste) já é suficiente para carregar 10,9 passageiros por m2, contra um índice de desconforto recomendado de até 6 por m2.
Outro fato, de ordem política, é que um índice maior neste começo de mandato pode levar ao reajuste menor no próximo ano de eleições.


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