DA REPORTAGEM LOCAL

Se os empresários de ônibus de São Paulo cumprirem sua parte na nova licitação do sistema de transporte coletivo, a cidade poderá "virar uma página" na história de crises do setor. É o que disse a prefeita Marta Suplicy (PT) ontem, nas comemorações do Dia Internacional da Mulher, na Cidade Tiradentes (zona leste).
"Se houver bom senso por parte deles [os empresários], acho que a gente pode virar a página e tentar começar uma nova relação."
Depois de ter "estourado" na TV, ao ser questionada, na última quinta-feira, sobre os problemas do transporte, a prefeita, mesmo puxada por assessores, respondeu calmamente às perguntas.
Apesar de repetir que gostaria de ter trocado o comando do setor, Marta disse que terá de se conformar com "a realidade". "A boa notícia é que a lei está agora do lado da prefeitura. Os empresários vão assinar uma licitação, concordando com a proposta, que implica mudar 30% da frota nos próximos anos." Na regularização das peruas, a licitação foi suspensa por decisão judicial. A prefeitura vai recorrer, mas a concorrência deve atrasar, diz Marta.
A prefeita inaugurou ontem o Espaço Lilás, destinado a oficinas, palestras e lazer para mulheres. No local, começou um curso de "promotoras legais populares", que vai capacitar 50 mulheres a dar orientação jurídica.
Em entrevista à rádio CBN, Marta disse sofrer preconceito por ser mulher. "Se uma mulher fica brava, dizem que tem chilique. Se um homem fica bravo, é porque ele é durão", afirmou, em referência ao fato de ter se irritado na TV na última quinta-feira.


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