São Paulo, terça-feira, 09 de março de 2004

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AMBIENTE

Promotoria, que vê dano à biodiversidade, recorrerá

Justiça libera desmatamento para a construção de represas na Grande SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça liberou ontem a continuação do desmatamento e o enchimento das represas de Biritiba-Mirim e Paraitinga, na Grande São Paulo, que deverão, em um ano, ampliar a produção de água do sistema Alto Tietê em até 4.000 litros por segundo, suficientes para abastecer 1 milhão de pessoas.
A implantação dos reservatórios é questionada pela procuradora da República Rosane Campiotto e pelo promotor de Meio Ambiente de Mogi das Cruzes, Fernando Henrique de Moraes Araújo, para os quais o licenciamento da obra ignorou a biodiversidade da região, inserida no domínio da mata atlântica.
Segundo o Ministério Público Federal, já foram destruídos 9 km2, onde há plantas e animais ameaçados de extinção.
As duas represas são estratégicas nos planos da Secretaria de Estado da Energia, Recursos Hídricos e Saneamento para ampliar a oferta de água na região metropolitana, que vem anualmente enfrentando crises.
A idéia é que elas permitam ao sistema Alto Tietê atender a uma parte dos 9 milhões de pessoas hoje servidas pelo sistema Cantareira, que quase secou em 2003.
Para o juiz Wilson Zauhy, da 13ª Vara Federal Cível, os danos às espécies não foram comprovados e o governo tem cumprido as exigências feitas por entidades ambientais. Campiotto e Araújo vão analisar os argumentos do juiz e dizem que "recorrerão o mais rápido possível" da decisão.
Segundo Ricardo Borsari, superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado (DAEE), as obras serão retomadas hoje. (MARIANA VIVEIROS)


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