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Passagem de Bush fechou por 45 min a av. 23 de Maio
Todos os acessos à avenida no sentido centro-bairro foram interditados pelas equipes da CET a partir das 20h10
Passageiros de ônibus e motoristas reclamaram de transtornos, que ocorreram em todo o trajeto da comitiva norte-americana
DA REPORTAGEM LOCAL
A avenida 23 de Maio, um dos
principais corredores de tráfego de São Paulo, ficou fechada
ontem por 45 minutos para a
passagem do presidente norte-americano, George W. Bush.
Às 20h10, os acessos à 23 de
Maio foram fechados pelas
equipes da CET (Companhia
de Engenharia de Tráfego) no
sentido centro-bairro. O trânsito já estava excepcionalmente bom para o horário e local,
um sinal de que o paulistano já
previa o transtorno e preferiu
evitar a região.
Nos primeiros cinco minutos, alguns carros remanescentes ainda passaram. Nos outros
40 minutos, as quatro faixas da
avenida ficaram desertas. O
movimento foi desviado para
outras ruas e avenidas.
Passageiros de ônibus perceberam que não adiantava ficar
no ponto e foram embora andando. Motoristas indignados
reclamavam dos "privilégios"
dos americanos.
Depois dos batedores, por
volta das 20h45 a comitiva de
Bush passou. Dezenas de veículos, entre motos, microônibus,
caminhonetes e as esperadas
duas limusines -uma com o
presidente, outra só para despistar-, passaram a uma velocidade de cerca de 80 km/h.
Depois disso, a avenida ficou
fechada por mais dez minutos.
Um dos acessos chegou a ser liberado por alguns minutos antes do tempo previsto, mas voltou a ser fechado. Foi somente
às 20h55, quando todos os
acessos foram abertos, que a
avenida voltou a ser o movimentado corredor paulistano.
O publicitário Carlos Augusto Guimarães ficou preso em
um dos acessos à 23 de Maio, no
Paraíso, e não conseguiu buscar a mulher no aeroporto de
Congonhas. "Ela teve de pegar
um táxi, um gasto desnecessário que ninguém vai me ressarcir", reclamou ele.
A estratégia usada na 23 de
Maio foi a mesma no restante
do trajeto da comitiva: fechamento de todos os acessos cerca de 40 minutos antes, abertura 10 minutos depois.
Do aeroporto de Cumbica,
em Guarulhos - onde o presidente norte-americano foi recepcionado na pista pelo prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab (PFL)-, os carros pegaram a rodovia Presidente Dutra. Já em São Paulo, optaram
pela avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé (zona leste), Radial Leste e ligação leste-oeste
antes de entrar na 23 de Maio.
Na zona sul, a comitiva pegou
as avenidas Moreira Guimarães, Washington Luiz e Jornalista Roberto Marinho.
Na chegada ao hotel Hilton,
no Brooklin, as duas limusines
e outros carros da comitiva entraram pela avenida Luiz Carlos Berrini e rua Arizona.
Apesar da "operação limpeza" feita pela prefeitura e pelas
equipes de segurança, uma faixa com os dizeres "Bush, persona non grata" estava afixada em
uma passarela no parque Dom
Pedro, na região central, já no
fim da Radial Leste.
Na Berrini interditada, a comitiva pegou um pequeno trecho na contramão, algo impensável em outro horário.
Além das ruas, o espaço aéreo
no caminho do comboio de
Bush também foi fechado. Até
mesmo carros e pedestres foram impedidos de passar pela
maioria das pontes, passarelas
e viadutos que cruzavam o caminho do presidente dos EUA.
O esquema de segurança causou transtornos em todo o trajeto. Na Berrini, cerca de 20
carros ficaram presos na avenida e outros 40 em um estacionamento após a interdição. Tiveram de pegar um trecho em
contramão, com o apoio de
marronzinhos, para sair.
Maratona
Aulas perdidas e quase duas
horas preso em congestionamentos causados pelas interdições ocorridas no trajeto da comitiva do presidente George W.
Bush. Foi o saldo da maratona
vivida ontem pelo estudante
Cleinton Silva, 33, a caminho
de Guarulhos, onde estuda.
Ele conta que primeiro enfrentou congestionamento na
rodovia Dutra. Depois, fez um
retorno na contramão e conseguiu acessar a rodovia Ayrton
Senna. Mas ao entrar na rodovia Hélio Schmit, que dá acesso
ao aeroporto de Cumbica, encontrou trânsito parado.
A saída foi entrar no acesso
para a cidade de Monteiro Lobato. "Não faço a menor idéia
de onde estou. Minhas aulas já
dançaram. Depois desse estresse, já estou morto de cansado."
Para hoje, a coisa tende a ser
ainda pior. Bush vai atravessar
São Paulo três vezes, uma delas
em pleno horário de pico, no final do dia.
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