São Paulo, segunda-feira, 09 de março de 2009

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Assaltantes atacam dois prédios
em SP

No Paraíso, Polícia Militar consegue impedir arrastão e prende oito suspeitos; no Brás, dois apartamentos são saqueados

Bandidos fazem trapalhadas em ação na zona sul da cidade, mas, mesmo assim, pelo menos um suspeito escapa


DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Dois prédios de São Paulo foram atacados por assaltantes entre o fim da noite de sábado e o início da manhã de ontem. Em um deles, no Paraíso (zona sul), a tentativa de arrastão foi impedida pela polícia, que libertou seis reféns -todos ilesos-, prendeu oito suspeitos e saiu aplaudida pelos moradores. No outro, no Brás (região central), um morador foi ferido a coronhadas e dois apartamentos foram saqueados.
O arrastão no Paraíso começou por volta das 23h30 de sábado. Um suspeito armado, vindo de um prédio em obras vizinho ao alvo, invadiu um edifício de 11 andares de classe média e rendeu o porteiro.
Nessa invasão, porém, o suspeito confundiu-se no caminho que levava à guarita, e o porteiro conseguiu acionar um alarme silencioso.
"Ele ficou procurando o caminho, ficou perdido, e eu apertei o botão do pânico. Se tivesse me rendido de uma vez, eu não tinha apertado. Não faria nada", disse o funcionário do prédio à reportagem (a Folha não informa seu nome por motivos de segurança).
Sem saber que a polícia havia sido acionada, o bandido liberou a entrada dos comparsas. Entraram pelo menos mais oito suspeitos -parte deles pela garagem, em um carro.
Quando o veículo entrava pelo portão, um morador também chegou ao prédio. Era um engenheiro de 36 anos, acompanhado da mulher da mesma idade -grávida de oito meses. Os dois foram rendidos.
A mulher ficou no veículo, rendida por dois suspeitos, enquanto outros dois levaram o engenheiro até o seu apartamento, de onde roubaram dinheiro e joias.
O engenheiro carregou, porém, as chaves do carro consigo, e os ladrões não conseguiram posicionar o veículo deles para fuga, já que o carro das vítimas bloqueou a passagem. A dupla, que rendia a mulher, teve de subir com ela até o apartamento para buscar as chaves.
Enquanto isso, o resto do grupo também enfrentava problemas. Cerca de dez pessoas que deixavam uma rodada de pizzas no segundo andar começaram a surgir pelo elevador. Enquanto mantinham os novos reféns no hall do prédio, entre eles uma criança de quatro anos, um dos bandidos percebeu a chegada da PM. "Um disse: "Tem polícia ali". O outro falou: "Não tem, não". Ficaram discutindo isso. Quando viram que era a polícia mesmo, um deles começou tremer as mãos. Aí, todos fugiram", disse um advogado, um dos reféns.
Quando o grupo teve certeza da chegada dos policiais, tentou fugir por um prédio vizinho, pelos fundos. Pularam uma grade, entraram no edifício, mas perceberam que o quarteirão já estava cercado pelos policiais. Para tentar escapar, fizeram novos reféns. "Eles chegaram chutando a porta, quebrando tudo", afirmou o zelador à Folha, que estava com a mulher e um casal de amigos com uma criança. O porteiro também foi rendido.
Depois de cerca de 20 minutos de negociação, em que houve até troca de tiros, os bandidos resolveram se entregar. Um dos suspeitos procurou se passar por refém para tentar escapar, mas acabou descoberto após contradições na entrevista feita pelos policiais. Um dos suspeitos, que supostamente usava uma submetralhadora, conseguiu escapar.
Foram apreendidas pela polícia seis armas (duas pistolas e quatro revólveres) e os bens levados das vítimas do primeiro prédio. Também foi apreendido o carregador de uma submetralhadora 9 milímetros.

Brás
Por volta das 6h de ontem, sete assaltantes renderam o porteiro de um edifício de classe média no bairro do Brás (região central) e fizeram um arrastão, roubando pelo menos dois apartamentos. O alvo dos ladrões eram os moradores "chineses", segundo as vítimas.
Dois dos assaltantes foram presos em flagrante por volta das 8h40, após a chegada da polícia, que havia recebido chamada para averiguar movimentação suspeita. Os criminosos, que tinham a chave do portão da frente do edifício, renderam os moradores e roubaram celulares, eletrônicos e dinheiro.


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