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Assaltantes atacam dois prédios
em SP
No Paraíso, Polícia Militar consegue impedir arrastão e prende oito suspeitos; no Brás, dois apartamentos são saqueados
Bandidos fazem trapalhadas em ação
na zona sul da cidade, mas,
mesmo assim, pelo menos um suspeito escapa
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Dois prédios de São Paulo foram atacados por assaltantes
entre o fim da noite de sábado e
o início da manhã de ontem.
Em um deles, no Paraíso (zona
sul), a tentativa de arrastão foi
impedida pela polícia, que libertou seis reféns -todos ilesos-, prendeu oito suspeitos e
saiu aplaudida pelos moradores. No outro, no Brás (região
central), um morador foi ferido
a coronhadas e dois apartamentos foram saqueados.
O arrastão no Paraíso começou por volta das 23h30 de sábado. Um suspeito armado,
vindo de um prédio em obras
vizinho ao alvo, invadiu um edifício de 11 andares de classe média e rendeu o porteiro.
Nessa invasão, porém, o suspeito confundiu-se no caminho
que levava à guarita, e o porteiro conseguiu acionar um alarme silencioso.
"Ele ficou procurando o caminho, ficou perdido, e eu
apertei o botão do pânico. Se tivesse me rendido de uma vez,
eu não tinha apertado. Não faria nada", disse o funcionário
do prédio à reportagem (a Folha não informa seu nome por
motivos de segurança).
Sem saber que a polícia havia
sido acionada, o bandido liberou a entrada dos comparsas.
Entraram pelo menos mais oito suspeitos -parte deles pela
garagem, em um carro.
Quando o veículo entrava pelo portão, um morador também
chegou ao prédio. Era um engenheiro de 36 anos, acompanhado da mulher da mesma idade
-grávida de oito meses. Os dois
foram rendidos.
A mulher ficou no veículo,
rendida por dois suspeitos, enquanto outros dois levaram o
engenheiro até o seu apartamento, de onde roubaram dinheiro e joias.
O engenheiro carregou, porém, as chaves do carro consigo, e os ladrões não conseguiram posicionar o veículo deles
para fuga, já que o carro das vítimas bloqueou a passagem. A
dupla, que rendia a mulher, teve de subir com ela até o apartamento para buscar as chaves.
Enquanto isso, o resto do
grupo também enfrentava problemas. Cerca de dez pessoas
que deixavam uma rodada de
pizzas no segundo andar começaram a surgir pelo elevador.
Enquanto mantinham os novos reféns no hall do prédio, entre eles uma criança de quatro
anos, um dos bandidos percebeu a chegada da PM. "Um disse: "Tem polícia ali". O outro falou: "Não tem, não". Ficaram
discutindo isso. Quando viram
que era a polícia mesmo, um
deles começou tremer as mãos.
Aí, todos fugiram", disse um advogado, um dos reféns.
Quando o grupo teve certeza
da chegada dos policiais, tentou
fugir por um prédio vizinho,
pelos fundos. Pularam uma
grade, entraram no edifício,
mas perceberam que o quarteirão já estava cercado pelos policiais. Para tentar escapar, fizeram novos reféns. "Eles chegaram chutando a porta, quebrando tudo", afirmou o zelador à Folha, que estava com a
mulher e um casal de amigos
com uma criança. O porteiro
também foi rendido.
Depois de cerca de 20 minutos de negociação, em que houve até troca de tiros, os bandidos resolveram se entregar.
Um dos suspeitos procurou se
passar por refém para tentar
escapar, mas acabou descoberto após contradições na entrevista feita pelos policiais. Um
dos suspeitos, que supostamente usava uma submetralhadora, conseguiu escapar.
Foram apreendidas pela polícia seis armas (duas pistolas e
quatro revólveres) e os bens levados das vítimas do primeiro
prédio. Também foi apreendido o carregador de uma submetralhadora 9 milímetros.
Brás
Por volta das 6h de ontem,
sete assaltantes renderam o
porteiro de um edifício de classe média no bairro do Brás (região central) e fizeram um arrastão, roubando pelo menos
dois apartamentos. O alvo dos
ladrões eram os moradores
"chineses", segundo as vítimas.
Dois dos assaltantes foram
presos em flagrante por volta
das 8h40, após a chegada da polícia, que havia recebido chamada para averiguar movimentação suspeita. Os criminosos,
que tinham a chave do portão
da frente do edifício, renderam
os moradores e roubaram celulares, eletrônicos e dinheiro.
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