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entrevista
Assaltado diz ser "vítima profissional"
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Classificando-se como
uma "vítima profissional",
Paulo, um engenheiro de 36
anos, conta nesta entrevista,
realizada na delegacia, um
pouco da experiência. Seu
apartamento foi o único invadido pelo grupo.
FOLHA - O que passa pela cabeça de quem é roubado assim?
PAULO - A primeira coisa que
passa é: eu preciso cooperar
para acabar com isso logo.
Não posso ficar nervoso, não
posso errar o que vou dizer. É
como fechar o maior negócio
da sua vida. O cara quer alguma coisa. O que ele quer e o
que eu posso dar para acabar
com o negócio? Pensei também: o que eu preciso mostrar para eles para terem certeza de que eu não tenho
mais nada, para não continuarem procurando?
Não é a primeira vez que
fui assaltado. Fui assaltado
"N" vezes, sou paulistano de
carteirinha. Isso me deixou
mais calmo.
FOLHA - Como renderam vocês?
PAULO - Quando eu vi o carro
entrando, eu aproveitei e entrei também. Achamos que
fossem visitantes.
FOLHA - Você acabou de fazer o
reconhecimento dos suspeitos.
Sentiu-se mal com isso?
PAULO - Não. Ele não disse
que é profissional? Eu também sou. Sou uma vítima
profissional. Sei que não foi
uma coisa pessoal [risos].
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