São Paulo, segunda-feira, 09 de março de 2009

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ROBERTO OCTAVIO MARINHO DE AZEVEDO (1921-2009)

Dentista e tenente-coronel da Polícia Militar

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Tudo o que emperrava caía nas mãos de Meco, o incumbido pelos consertos de radinhos de pilha, batedeiras e liquidificadores que estragavam na casa de amigos e familiares.
Roberto Octavio Marinho de Azevedo tinha jeito para trabalhos manuais: orgulhava-se de ser dentista.
Filho de cafeicultores da região de Descalvado (SP), veio à capital com a mãe e os quatro irmãos depois que o pai morreu e a crise do café assolou a família.
Cursou odontologia, entrou para a cavalaria da Força Pública e, durante um tempo, foi revisor de um jornal, de madrugada, para ajudar a família.
O apelido Meco é do tempo em que, criança, tinha um bode na fazenda. Aonde ia, o bode ia atrás, fazendo méééé. "Quando a mãe dele o chamava, era o bode quem respondia, por isso o apelido", explica a filha Silvia.
Roberto foi dentista do Palácio dos Bandeirantes e da PM, onde chegou a tenente-coronel. Depois de aposentado, continuou cuidando de dentes, inclusive dos da filha. Meco tratou de Silvia até os 83 anos.
Fã de tecnologia, há cerca de um mês ainda usava o computador -e muito bem, garante a filha. Já teve de consertar algum? "Não, mas se precisasse, ele dava um jeito", brinca.
Meco morreu terça, aos 87, de falência de órgãos. Teve três filhos e cinco netos. A missa de sétimo dia será quarta, às 11h, na igreja São José, em São Paulo.

obituario@grupofolha.com.br


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