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ROBERTO OCTAVIO MARINHO DE AZEVEDO (1921-2009)
Dentista e tenente-coronel da Polícia Militar
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Tudo o que emperrava caía
nas mãos de Meco, o incumbido pelos consertos de radinhos de pilha, batedeiras e liquidificadores que estragavam na casa de amigos e familiares.
Roberto Octavio Marinho
de Azevedo tinha jeito para
trabalhos manuais: orgulhava-se de ser dentista.
Filho de cafeicultores da região de Descalvado (SP), veio
à capital com a mãe e os quatro irmãos depois que o pai
morreu e a crise do café assolou a família.
Cursou odontologia, entrou para a cavalaria da Força
Pública e, durante um tempo,
foi revisor de um jornal, de
madrugada, para ajudar a família.
O apelido Meco é do tempo
em que, criança, tinha um bode na fazenda. Aonde ia, o bode ia atrás, fazendo méééé.
"Quando a mãe dele o chamava, era o bode quem respondia, por isso o apelido", explica a filha Silvia.
Roberto foi dentista do Palácio dos Bandeirantes e da
PM, onde chegou a tenente-coronel. Depois de aposentado, continuou cuidando de
dentes, inclusive dos da filha.
Meco tratou de Silvia até os
83 anos.
Fã de tecnologia, há cerca
de um mês ainda usava o
computador -e muito bem,
garante a filha. Já teve de consertar algum? "Não, mas se
precisasse, ele dava um jeito",
brinca.
Meco morreu terça, aos 87,
de falência de órgãos. Teve
três filhos e cinco netos. A
missa de sétimo dia será quarta, às 11h, na igreja São José,
em São Paulo.
obituario@grupofolha.com.br
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