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MEIO AMBIENTE
Segundo o fundo, apenas 0,4% do território é protegido
Brasil protege pouco a natureza, afirma WWF
da Sucursal de Brasília
O Brasil tem, na prática, 0,4% de
seu território protegido por intermédio de unidades de conservação
federais (parques nacionais, reservas biológicas e ecológicas e estações ecológicas). Esse percentual,
segundo a WWF, está abaixo da
média mundial (6%).
A WWF (sigla em inglês para
Fundo Mundial para Natureza)
pesquisou em abril do ano passado
86 unidades de conservação espalhadas pelo Brasil.
"O Brasil tem 10% da biodiversidade do mundo e protege pouco
sua natureza", afirmou Garo Batmanian, diretor-executivo da
WWF no Brasil.
Segundo ele, o país precisa criar
novas áreas e cuidar melhor das
que existem.
Oficialmente, se somada a área
de todas as unidades de conservação, o percentual de território protegido é de 1,85%. A taxa cai para
0,4%, quando descontados os parques e reservas em condições precárias.
De acordo com o relatório da
ONG (organização não-governamental), já entregue ao ministro
do Meio Ambiente, Sarney Filho,
75% das reservas nacionais são
vulneráveis e estão ameaçadas devido às falhas de implantação.
O estudo da WWF constatou que
47 unidades estão em situação de
implantação precária, 32 encontram-se minimamente implementadas e sete estão em condições
classificadas como razoáveis.
Sobre a vulnerabilidade à ação
do homem, o trabalho da ONG relata que 37 das 86 unidades apresentam alto ou médio risco.
A WWF classificou 20 parques e
reservas na categoria de risco extremo, resultado da combinação
entre a vulnerabilidade e falhas de
implantação. Estão nesse grupo,
por exemplo, os parques nacionais
da Chapada Diamantina (BA) e da
Serra da Bocaina (SP).
Classificação
Dezessete unidades foram classificadas de alto risco, 27 de risco
médio, e 22 têm risco normal. O
Parque Nacional de Aparados da
Serra (RS) e a Reserva Biológica
Rio Trombetas (PA) ficaram nesse
último grupo.
A WWF entregou um questionário à direção de cada um dos parques. A ausência de plano de manejo, número insuficiente de funcionários e equipamentos, falta de
recursos e estrutura, ocupação intensa e atividade agrícola no entorno e exploração ilegal dos recursos
naturais estão entre os problemas
apresentados.
"Nunca houve a efetivação de um
plano geral para a conservação. É
necessário aprovar o projeto que
está no Congresso há sete anos e
que regulamenta a arrecadação
das unidades e a ocupação no entorno, por exemplo", disse Garo
Batmanian.
Ele defendeu a parceria entre o
governo federal e entidades ambientalistas para controlar e fiscalizar as unidades.
Para Batmanian, nos 36 parques
nacionais (próprios para o turismo), serviços como o de lanchonetes devem ser terceirizados. "Não é
papel do governo ter hotel ou teleférico no parque."
"O objetivo do parque não é dar
lucro, mas garantir que o meio ambiente não seja degradado", completou.
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