São Paulo, Terça-feira, 09 de Março de 1999
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VIOLÊNCIA
Funcionário público diz que vários policiais podem confirmar a presença do filho em quartel na hora do crime
Pai de PM acusado diz que filho tem álibi

FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Praia Grande

A família do soldado Alexandre Serafim de Lara Costa, 25, confia em dois álibis para provar que o policial militar, um dos sete policiais militares presos e suspeitos da morte dos três rapazes na Baixada Santista, não estava no local do crime.
Segundo o funcionário público Dirceu da Guia de Lara Costa, seu filho sustenta que, na madrugada da Quarta-Feira de Cinzas, dispensado do serviço pelo comando, saiu por volta de 3h30 de Praia Grande e seguiu para o quartel do Comando da PM em Santos, onde estavam alojados os policiais do Regimento da Cavalaria.
Lara Costa afirmou em depoimento à Corregedoria da PM que fez o trajeto entre Praia Grande e Santos em uma moto, acompanhado do soldado Armando Dias Neto, 26. Chamado a depor pela Corregedoria no último dia 26, Dias Neto confirmou a versão do colega.

Motocicleta
O outro álibi de Lara Costa, segundo a família, é o soldado PM Nardini, proprietário da moto, uma DT Yamaha 200, grafitada, placas BSJ-1133, de Suzano (SP).
De acordo com Dirceu Costa, Nardini emprestou a moto a seu filho porque estava trabalhando como motorista do caminhão que transportava os animais da equipe da Cavalaria que fazia patrulhamento em São Vicente.
Lara Costa disse à Corregedoria que, ao chegar ao quartel, o soldado Nardini o acordou para pedir a devolução dos capacetes, da documentação e da chave da moto.
Segundo o pai, Lara Costa não lembra o horário em que foi acordado por Nardini.
O assassinato dos três rapazes aconteceu entre 6h e 6h30, de acordo com a PM.
"Ele disse que estava com muito sono -até reclamou por ser acordado-, e por isso não recorda o horário", afirmou Dirceu Costa, que vem acompanhando os depoimentos do filho na Corregedoria da Polícia Militar.
Apesar disso, Dirceu Costa diz que há outros policiais que podem confirmar a presença do filho no quartel no horário do crime.
"Eu tenho testemunhas de sobra. Tem um monte de soldados que viu meu filho dormindo", declarou.

Almoço
Ao acordar, entre 11h e 12h, o soldado almoçou no quartel. Por não possuir tíquete-refeição, seu nome foi anotado em uma listagem, informou Dirceu Costa.
Na tarde da Quarta-Feira de Cinzas, segundo o pai, o soldado Lara Costa ainda se apresentou como voluntário para trabalhar como cavalariço na Hípica de São Vicente, onde permaneceu até o dia seguinte.


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