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Cachaça contaminada mata mais três pessoas na Bahia
LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador
A Polícia de Ibicuí (BA) informou ontem que o empresário Carlos Andrade -acusado de ser o fabricante da cachaça que provocou
a morte de 33 pessoas na região-
deverá se apresentar até sexta-feira
para prestar depoimento.
Quase duas semanas depois das
primeiras mortes, uma aguardente
de fabricação clandestina ainda faz
vítimas no interior da Bahia.
A Secretaria da Saúde da Bahia
confirmou ontem mais três mortes
-o pedreiro Valdemir Souza, o
mecânico Manoel Divino e a doméstica Gilda Palmeira. As três vítimas confirmaram que tomaram
cachaça na última quarta-feira.
Médicos dos hospitais de Iguaí
(531 km de Salvador) e Maracás
(368 km) disseram que as vítimas
tiveram os mesmos sintomas antes
de morrer -dor de cabeça, cegueira, hipertensão e vertigem.
Os técnicos da Vigilância Sanitária da Bahia suspeitam que a cachaça ingerida por eles estava contaminada com metanol.
O Lacen (Laboratório Central do
Estado) recolheu amostras para
análise, mas os resultados só devem ser divulgados sexta-feira.
Até ontem, cerca de 400 pessoas
já haviam sido atendidas somente
nos hospitais de Nova Canaã (480
km), Dário Meira (391 km) e Iguaí,
onde a cachaça foi produzida.
Do total, 11 pessoas permaneciam internadas ontem no Hospital Prado Valadares, em Jequié.
Pelas estimativas dos técnicos da
Vigilância Sanitária, mais de 9.000
litros da bebida contaminada já tinham sido apreendidos até o final
da tarde de ontem.
Para evitar a ocorrência de novas
vítimas, a polícia também montou
barreiras nas entradas dos principais municípios da região.
Os fiscais estão vistoriando todos
os carros que transportam bebidas
alcoólicas destinadas aos bares e
restaurantes dos municípios da região.
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