São Paulo, Terça-feira, 09 de Março de 1999
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Cachaça contaminada mata mais três pessoas na Bahia

LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

A Polícia de Ibicuí (BA) informou ontem que o empresário Carlos Andrade -acusado de ser o fabricante da cachaça que provocou a morte de 33 pessoas na região- deverá se apresentar até sexta-feira para prestar depoimento.
Quase duas semanas depois das primeiras mortes, uma aguardente de fabricação clandestina ainda faz vítimas no interior da Bahia.
A Secretaria da Saúde da Bahia confirmou ontem mais três mortes -o pedreiro Valdemir Souza, o mecânico Manoel Divino e a doméstica Gilda Palmeira. As três vítimas confirmaram que tomaram cachaça na última quarta-feira.
Médicos dos hospitais de Iguaí (531 km de Salvador) e Maracás (368 km) disseram que as vítimas tiveram os mesmos sintomas antes de morrer -dor de cabeça, cegueira, hipertensão e vertigem.
Os técnicos da Vigilância Sanitária da Bahia suspeitam que a cachaça ingerida por eles estava contaminada com metanol.
O Lacen (Laboratório Central do Estado) recolheu amostras para análise, mas os resultados só devem ser divulgados sexta-feira.
Até ontem, cerca de 400 pessoas já haviam sido atendidas somente nos hospitais de Nova Canaã (480 km), Dário Meira (391 km) e Iguaí, onde a cachaça foi produzida.
Do total, 11 pessoas permaneciam internadas ontem no Hospital Prado Valadares, em Jequié.
Pelas estimativas dos técnicos da Vigilância Sanitária, mais de 9.000 litros da bebida contaminada já tinham sido apreendidos até o final da tarde de ontem.
Para evitar a ocorrência de novas vítimas, a polícia também montou barreiras nas entradas dos principais municípios da região.
Os fiscais estão vistoriando todos os carros que transportam bebidas alcoólicas destinadas aos bares e restaurantes dos municípios da região.


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