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ADMINISTRAÇÃO
Salário dos servidores de Sertãozinho está atrasado
Bloqueio de verbas faz prefeita liderar greve no interior de SP
ALESSANDRO BRAGHETO
da Folha Ribeirão
A prefeita de Sertãozinho (330
km de São Paulo), Maria Neli Mussa Tonielo (PPB), está liderando
uma greve de cerca de 1.600 servidores municipais -90% da categoria- contra o atraso dos salários de fevereiro. O movimento teve início ontem.
Por causa da greve, os postos de
saúde suspenderam as consultas, e
pelo menos 2.000 pessoas não foram atendidas. Cerca de 4.000 alunos ficaram sem aulas.
A prefeita vincula o atraso dos
salários ao bloqueio de repasses do
FPM (Fundo de Participação dos
Municípios) e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços) por parte do Banco do
Brasil no início do mês passado.
O motivo do bloqueio dos repasses é uma dívida da prefeitura com
o banco Fibra, contraída em 1995
pelo então prefeito Waldyr Trigo
(PSDB). À época, o valor tomado
junto à instituição financeira pela
prefeitura foi de R$ 800 mil.
Segundo o banco, a dívida já chega a R$ 9,7 milhões, devido às várias renovações de contratos, juros
e multas. Já a prefeitura calcula que
deve R$ 1,8 milhão, no máximo.
Uma liminar obtida pelo banco
Fibra junto ao Tribunal de Justiça
de São Paulo bloqueou os repasses
feitos à prefeitura em fevereiro.
Segundo a prefeita, cerca de R$ 3
milhões em repasses do ICMS e
FPM não foram remetidos.
"Eles estão cobrando uma quantia absurda pela dívida inicial, que
era de apenas R$ 800 mil, e não temos a mínima condição de pagá-la", afirmou a prefeita.
Segundo Neli, os repasses representam 80% da receita do município. "Sem esse dinheiro, fica impossível governar a cidade e acho
justa a greve dos funcionários",
afirmou ontem a prefeita.
Durante todo o dia de ontem,
cerca de 150 funcionários municipais, liderados pela prefeita, se posicionaram em frente ao prédio do
Banco do Brasil e impediram seu
funcionamento. A gerência do
banco não se manifestou ontem.
Segundo o procurador do município, Heraldo Luiz Dalmazo, a liminar que bloqueia os repasses deverá ser julgada até o final do mês.
O banco Fibra não quis comentar o
assunto ontem.
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