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BARBARA GANCIA
E se o asfalto ceder, dona Marta?
Muito mais divertido do
que assistir à final do "BBB
4" tem sido acompanhar ao vivo
pela CNN os depoimentos dados
à comissão que investiga os atentados de 11 de setembro de 2001.
Ontem, durante o testemunho
de Condoleezza Rice, 49, conselheira de Bush para a Segurança,
o telespectador da CNN ficou sabendo que, dias antes dos atentados contra os EUA, o FBI apresentou à Casa Branca um relatório
de uma página e meia, alertando
contra o possível seqüestro de um
avião pela Al Qaeda.
Durante o interrogatório, o telespectador também tomou conhecimento de que a mesma dra.
Rice, que tem fama de durona e
que recebeu da Chevron (onde foi
diretora de 1991 a 2000) a
honraria de ter um petroleiro batizado com seu nome, é capaz,
quando acuada, de reagir feito
menina que viu a Cuca. A cada
vez que a pressão das perguntas
aumentava, a voz de Condoleezza punha a tremelicar.
A experiência ensina a prestar
atenção nesses sinais. Se a voz da
assessora de Bush treme, eu imediatamente irei perceber nela algum tipo de fragilidade. Se alguém me estende a mão com a
palma suada, saberei que essa
pessoa não está de todo tranqüila.
O ministro José Dirceu nos fornece outro exemplo. Dirceu costuma oferecer a mão molenga
quando cumprimenta. Na minha
modestíssima opinião, isso só pode ser indício de que o dono da
mão mole está tentando esconder
algo sobre si mesmo. Quem se
apresenta de forma aberta, aperta com gosto e sem meandros.
Já a prefeita Marta Suplicy em
seu pedido de desculpas à população, na TV, pelos inconvenientes
causados em razão dos mais de 80
km de obras viárias na cidade,
mais parecia a duquesa de Kent
durante a entrega de prêmios do
torneio de Wimbledon. Quanta
graça, quanto "aplomb"! Não deve ter sido fácil estar na pele de
dona Marta na noite de domingo
para segunda. Já imaginou dormir sabendo que, na manhã seguinte, meio mundo estará usando o seu nome para rogar praga?
Longe de mim fazer imprecação
contra a prefeita da minha cidade. Mas é bom dona Marta ir preparando o gelo para resfriar as
orelhas. Ônibus e caminhões começaram a trafegar no domingo
pela rua Tabapuã, no pedaço que
precede a rua Salvador Cardoso,
onde nunca tinham passado antes. Na quarta-feira, apenas três
dias depois, já havia uma depressão no asfalto. Já pensou o que
não é capaz de acontecer com o
trânsito se o asfalto de um dos
desvios das obras ceder?
QUALQUER NOTA
Nivelado
Nem todos estão sofrendo com
as obras na avenida Faria Lima.
Nos ônibus que percorrem as
linhas Princesa Isabel, Anhangabaú, Terminal Bandeira e
Largo S. Francisco e que agora
utilizam as rotas de desvio criadas pela prefeitura, virou hábito ouvir risadas e comentários
do tipo: "Bem feito, agora a
burguesia está vendo o que é
sofrimento".
Final de Copa
Quem passasse pelos Jardins na
noite de terça-feira e não soubesse da apresentação da final
do "BBB 4" na TV, pensaria que
Sampa estava sob toque de recolher. Até as casas mais descoladas ficaram às moscas.
E-mail - barbara@uol.com.br
site - www.uol.com.br/barbaragancia
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