São Paulo, sexta-feira, 09 de abril de 2004

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BARBARA GANCIA

E se o asfalto ceder, dona Marta?

Muito mais divertido do que assistir à final do "BBB 4" tem sido acompanhar ao vivo pela CNN os depoimentos dados à comissão que investiga os atentados de 11 de setembro de 2001.
Ontem, durante o testemunho de Condoleezza Rice, 49, conselheira de Bush para a Segurança, o telespectador da CNN ficou sabendo que, dias antes dos atentados contra os EUA, o FBI apresentou à Casa Branca um relatório de uma página e meia, alertando contra o possível seqüestro de um avião pela Al Qaeda.
Durante o interrogatório, o telespectador também tomou conhecimento de que a mesma dra. Rice, que tem fama de durona e que recebeu da Chevron (onde foi diretora de 1991 a 2000) a honraria de ter um petroleiro batizado com seu nome, é capaz, quando acuada, de reagir feito menina que viu a Cuca. A cada vez que a pressão das perguntas aumentava, a voz de Condoleezza punha a tremelicar.
A experiência ensina a prestar atenção nesses sinais. Se a voz da assessora de Bush treme, eu imediatamente irei perceber nela algum tipo de fragilidade. Se alguém me estende a mão com a palma suada, saberei que essa pessoa não está de todo tranqüila.
O ministro José Dirceu nos fornece outro exemplo. Dirceu costuma oferecer a mão molenga quando cumprimenta. Na minha modestíssima opinião, isso só pode ser indício de que o dono da mão mole está tentando esconder algo sobre si mesmo. Quem se apresenta de forma aberta, aperta com gosto e sem meandros.
Já a prefeita Marta Suplicy em seu pedido de desculpas à população, na TV, pelos inconvenientes causados em razão dos mais de 80 km de obras viárias na cidade, mais parecia a duquesa de Kent durante a entrega de prêmios do torneio de Wimbledon. Quanta graça, quanto "aplomb"! Não deve ter sido fácil estar na pele de dona Marta na noite de domingo para segunda. Já imaginou dormir sabendo que, na manhã seguinte, meio mundo estará usando o seu nome para rogar praga?
Longe de mim fazer imprecação contra a prefeita da minha cidade. Mas é bom dona Marta ir preparando o gelo para resfriar as orelhas. Ônibus e caminhões começaram a trafegar no domingo pela rua Tabapuã, no pedaço que precede a rua Salvador Cardoso, onde nunca tinham passado antes. Na quarta-feira, apenas três dias depois, já havia uma depressão no asfalto. Já pensou o que não é capaz de acontecer com o trânsito se o asfalto de um dos desvios das obras ceder?

QUALQUER NOTA

Nivelado
Nem todos estão sofrendo com as obras na avenida Faria Lima. Nos ônibus que percorrem as linhas Princesa Isabel, Anhangabaú, Terminal Bandeira e Largo S. Francisco e que agora utilizam as rotas de desvio criadas pela prefeitura, virou hábito ouvir risadas e comentários do tipo: "Bem feito, agora a burguesia está vendo o que é sofrimento".

Final de Copa
Quem passasse pelos Jardins na noite de terça-feira e não soubesse da apresentação da final do "BBB 4" na TV, pensaria que Sampa estava sob toque de recolher. Até as casas mais descoladas ficaram às moscas.


E-mail - barbara@uol.com.br site - www.uol.com.br/barbaragancia


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