São Paulo, sexta-feira, 09 de abril de 2004

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Poços e falta de informação preocupam

DA REPORTAGEM LOCAL

Na avaliação do Idec, dois pontos da pesquisa sobre a fiscalização da qualidade da água sobressaem como destaques negativos: a falta de informação à população sobre o que ela consome e o quase total descontrole em relação às soluções alternativas, mais presentes nas regiões rurais e nas periferias das grandes cidades.
A desinformação impede a conscientização do consumidor e a sua conseqüente cobrança por uma água melhor, diz Sezifredo Paz, coordenador-executivo do instituto. No caso das fontes alternativas, o risco é maior. Sem o seu controle, as pessoas por elas servidas ficam mais vulneráveis a ingerir água contaminada, sobretudo por esgoto doméstico.
Em relação à divulgação dos indicadores de qualidade, poder público e empresas de saneamento dizem ainda não saber como seguir a determinação de fazer isso ao menos uma vez por ano com didatismo, sem causar "pânico" desnecessário e de forma que os dados não sejam indevidamente usados para fins políticos.
A dúvida pode ser esclarecida ainda neste semestre, diz Guilherme Franco Netto, da Secretaria de Vigilância em Saúde, órgão do Ministério da Saúde. Segundo ele, representantes da pasta, das companhias e do próprio Idec vão estudar e definir as regras para informar o consumidor. Paz defende que isso seja feito por meio das contas mensais.
Sobre as soluções alternativas, as secretarias estaduais e municipais da Saúde ouvidas pela Folha admitem que a fiscalização é um dos principais desafios porque faltam interação com os órgãos que cuidam dos recursos hídricos e informação até mesmo sobre a existência dessas fontes.
Só na cidade de São Paulo estima-se que 60% dos poços sejam clandestinos. Muitos são rasos e captam águas superficiais e, por isso, com maior risco de comprometimento, diz Helena Magozo, da Coordenadoria de Vigilância em Saúde do município. (MV)


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