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Chuva castiga seis Estados do Nordeste e já afeta 390 mil
Temporais ainda trazem prejuízos econômicos; RN perdeu 1,4 mil t de camarão e, na PB, hortaliças e frutas estão mais caras
Segundo meteorologista, só na 1ª semana de abril, choveu 49% do esperado para o mês em Teresina, onde famílias estão em abrigos com goteiras
DA AGÊNCIA FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM TERESINA
As chuvas que atingem o
Nordeste do país já afetam
mais de 390 mil pessoas, segundo a Defesa Civil nacional, e
causam prejuízos econômicos.
No Rio Grande do Norte, onde há 124 mil afetados, os estragos no Vale do Açu (oeste) prejudicam as produções de banana, camarão e sal -fundamentais para a economia potiguar.
Segundo o vice-governador,
Iberê de Souza (PSB), há risco
de 6.000 trabalhadores perderem o emprego. Somente no setor do camarão foram inundados 1.550 hectares de viveiros,
com perdas de 1.440 toneladas
do crustáceo, de acordo com a
ABCC (Associação Brasileira
de Criadores de Camarão).
As chuvas no Estado também
causaram a interdição judicial
de um presídio de regime semi-aberto em Caicó (304 km de
Natal). Para evitar acidentes,
60 detentos vão dormir em casa até a reforma do local.
Na Paraíba, onde há 26 mortos e 18,5 mil afetados pelos
temporais, a agricultura também sofre. "As lavouras no oeste do Estado estão irreversivelmente prejudicadas", disse o
diretor técnico da Emater-PB
(Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba), Francisco Elias. Ainda não
há estimativa dos estragos, mas
hortaliças e frutas já estão mais
caras nos supermercados.
Para ajudar os desabrigados
de Sousa (445 km de João Pessoa), a cidade mais atingida pelas chuvas na Paraíba, Geny
Ferreira, dona de uma escola,
suspendeu as aulas e mobilizou
alunos, pais, professores, funcionários e comerciantes para
servir refeições em 20 abrigos
da cidade -onde há cerca de
2.000 pessoas. O trabalho chegou a ter 60 voluntários.
Abrigos com goteiras
No Piauí, famílias desabrigadas em Teresina vivem em
abrigos com goteiras. Em dois
alojamentos visitados ontem
pela Folha, faltavam telhas,
improvisos com plásticos no
teto e infiltrações nas paredes.
Na sede do Centro Cooperativo dos Oleiros, a desempregada Luciana Ribeiro, 24, queixava-se: "O buraco no telhado já
molhou meu colchão. Estou
dormindo nele molhado".
O coordenador municipal da
Defesa Civil, o major John Feitosa, informou que equipes da
prefeitura passaram pelos dois
abrigos visitados pela reportagem, mas que as famílias não
reclamaram das goteiras. "Vamos providenciar que as equipes retornem ao local e resolvam os problemas", afirmou.
Segundo o meteorologista
Mainar Medeiros, da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí, na primeira semana de abril choveu
49% do esperado para o mês
em Teresina.
No Maranhão, a Defesa Civil
estadual confirmou a morte de
uma pessoa em Imperatriz
(637 km de São Luís) em razão
das fortes chuvas. Com isso, subiu para quatro o número de
mortos no Estado. Duas pessoas estão desaparecidas.
As chuvas no interior do
Ceará assustam moradores que
vivem próximos a reservatórios, pelo medo de que o excesso de água cause uma tragédia.
Para evitar que um açude
-ainda não concluído- se
rompa com a força das águas
em Santana do Acaraú (228 km
de Fortaleza), o governo estadual estuda quebrar parte de
sua parede para controlar a vazão. O município está em situação de emergência pelo aumento do nível do rio Acaraú.
Em Pernambuco, duas pessoas
morreram e 4.000 foram afetadas.
(PABLO SOLANO, KARIN BLIKSTAD, SÍLVIA FREIRE, KAMILA FERNANDES E YALA SENA)
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