São Paulo, sábado, 09 de abril de 2011

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Atirador disparou mais de 60 vezes

Wellington de Oliveira, que matou 12 estudantes, recarregou a arma 9 vezes no massacre de anteontem, no Rio

Polícia já pediu quebra de sigilo telefônico do assassino e agora apura se ele participava de uma seita religiosa


DIANA BRITO
DO RIO

Wellington Menezes de Oliveira fez mais de 60 disparos com um revólver calibre 38 contra os alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira. Durante o ataque, anteontem, ele recarregou a arma nove vezes, diz a polícia.
O atirador, que matou 12 estudantes, tinha ainda um revólver calibre 32 com o qual efetuou poucos disparos. Segundo o delegado Felipe Ettore, da Divisão de Homicídios, foram achadas 62 cápsulas de 38 na escola.
O atirador tinha ainda seis acessórios usados para recarregar rapidamente o revólver conhecidos como "speedloaders". O revólver 32 foi usado apenas no início do ataque.
Conforme a polícia, Oliveira entrou em duas salas de aula atirando a esmo.
O professor de geografia Luciano Pessanha, 35, lecionava na sala seis do primeiro andar da escola, ao lado da sala quatro, quando ouviu o que pensou serem alunos chutando armários de ferro.
"Até conheço barulho de arma. Mas dentro da escola, foi a última coisa que pensei em ouvir na vida", disse.
Pessanha foi para a sala ao lado, onde viu Oliveira carregar as armas e se preparar para colocar o cinturão com as munições. "Dei de cara com ele. Estava muito tranquilo. Era uma coisa premeditada".
Correu de volta para sua sala. Fechou a porta e botou o que pôde para bloquear a entrada. O atirador tentou entrar, mas não conseguiu.

INVESTIGAÇÃO
A polícia já pediu a quebra do sigilo telefônico de Oliveira. Técnicos tentam recuperar um computador achado queimado na casa dele.
Um primo e uma irmã adotiva do atirador disseram à polícia que a mãe biológica dele sofria de esquizofrenia.
Os policiais investigam ainda se o assassino participava de uma seita religiosa.
O revólver 38 usado no ataque tinha a numeração raspada. O outro foi roubado há mais de 15 anos. No mercado ilegal, um revólver é vendido por até R$ 450. Os carregadores custam R$ 8 na internet.


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