|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA
Número de casos no primeiro trimestre na região é próximo das 23 mortes registradas nas demais seis áreas administrativas
Polícia de Campinas matou 22 neste ano
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Os policiais civis e militares da
região de Campinas (95 km de
São Paulo) mataram, no primeiro
trimestre deste ano, quase o mesmo número de pessoas que os de
todas as outras regiões do interior
paulista -foram 22 mortes contra 23 registradas nas demais seis
áreas administrativas da polícia.
É o que revela o mais recente relatório sobre violência policial divulgado pela Ouvidoria das Polícias de São Paulo.
Os casos da região envolvem
policiais subordinados à área do
Deinter-2 (Departamento de Polícia Judiciária-2) e do CPI-2 (Comando do Policiamento do Interior), que abrange 90 cidades.
"A polícia de Campinas há tempos vive uma situação complicada. O problema do uso da força letal por parte de policiais na região
não é novo", disse o ouvidor do
Estado, Fermino Fecchio Filho.
A explosão da violência policial
na região é constatada em um
momento em que Campinas é
atingida pelos maiores índices de
criminalidade da sua história. No
ano passado, 609 pessoas foram
mortas nas ruas da cidade. Em
2000, foram 536.
Pelos dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública, a região administrativa da polícia de
Campinas é, além da mais violenta, também a mais populosa do
interior, com 5,3 milhões de habitantes. Nas seis demais áreas, que
totalizam 516 municípios, moram
cerca de 13 milhões de habitantes.
Apesar de mais populosa, a região de Campinas possui o menor
número de policiais por grupo de
100 mil habitantes do interior.
O relatório da Ouvidoria também aponta que as 22 vítimas da
polícia da região de Campinas no
primeiro trimestre de 2002 correspondem à metade (44,8%) das
49 pessoas mortas em 2001.
Como os homicídios cometidos
por policiais só começaram a ser
informados oficialmente à Ouvidoria pela polícia na segunda metade do ano passado, não é possível comparar com os dados dos
primeiros três meses de 2001.
Outro lado
"Normalmente as mortes provocadas por policiais acontecem
em confronto com ladrões. É um
problema de autodefesa, não de
má conduta", disse o diretor do
Deinter-2, Laerte Goffi Macedo.
Ninguém do comando da PM
foi encontrado pela Folha para
comentar o assunto ontem.
A Secretaria da Segurança Pública informou, por meio de sua
assessoria de imprensa, que os
dados da Ouvidoria diferem dos
coletados pelo órgão. Oficialmente, segundo o governo estadual,
foram 20 mortes na região.
De acordo com a secretaria, o
número corresponde a 3,6 mortes
por milhão de habitantes. Na área
de Santos, esse índice seria de 3,4
mortes por milhão de pessoas.
Texto Anterior: USP: Estudantes querem parar universidade Próximo Texto: Panorâmica - Polícia: 20 mil CDs piratas são apreendidos Índice
|