|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
URBANISMO
Quase um ano depois da votação popular que definiu novo piso na avenida, prefeitura decide reavaliar projeto
Reforma na Paulista volta à estaca zero
PALOMA COTES
DA REPORTAGEM LOCAL
Quase um ano depois de ter saído o resultado da votação popular
que elegeu qual seria o novo calçamento da avenida Paulista, um
dos cartões-postais de São Paulo,
a prefeitura decidiu que não utilizará mais o piso de concreto intertravado -vencedor do pleito.
A escolha do piso ficará, agora,
nas mãos da arquiteta Rosa
Kliass, responsável pelo último
projeto de calçamento da Paulista, que aconteceu em 1973, e contratada pela prefeitura, na última
terça, para cuidar do assunto.
A prefeita Marta Suplicy (PT)
afirmou que o piso escolhido pela
população -na época 2.600 pessoas votaram no piso de concreto
intertravado nas cores salmão,
cinza-grafite e cinza-claro- "é
bonito", mas que o novo projeto
de reurbanização da avenida poderia não "comportar" o que havia sido posto em votação.
"Você tem sempre que ter a capacidade de dar pra trás se percebe que é mais importante ter um
projeto homogêneo. Não tem
problema eu me frustrar, em dizer que talvez não seja esse [o melhor piso], que seja melhor outro
tipo. Quando se contrata alguém
[Rosa Kliass], tem que se respeitar
o que vai ser a criação."
Associação critica
O recuo da administração municipal surpreendeu o presidente
da Associação Paulista Viva, Nelson Baeta Neves. Ele criticou a atitude da prefeitura, dizendo que
não foi respeitado o princípio da
participação popular.
"Não temos nada contra um novo projeto. Mas lamentamos o fato de não terem levado em conta a
opinião da comunidade já que, no
final, quem vai pagar pelo calçamento -de forma direta ou
não- seremos nós. E foi a prefeita quem teve a iniciativa de realizar uma votação. Por que os técnicos e arquitetos, que estavam na
reunião, não rejeitaram a proposta antes?", afirmou. Dos 65 mil m2
de calçamento da Paulista, 40 mil
m2 são particulares.
Segundo o secretário das Subprefeituras, Antonio Donato, a
reurbanização da Paulista será
iniciada no segundo semestre e
deverá consumir R$ 10 milhões
dos cofres municipais. Mas não
deverá estar pronta até o aniversário de 450 anos de SP.
Segundo a Folha apurou, integrantes do primeiro escalão agora
reconhecem que houve uma precipitação ao apoiar a eleição do
piso. Estuda-se, agora, um piso alternativo, que utilize blocos de
concreto e também mosaico português -pedra que compõe o
atual calçamento da avenida.
Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: Administração: Ordem da Justiça é descumprida por secretário Índice
|