São Paulo, domingo, 09 de maio de 2004

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IMIGRAÇÃO

Mil bolivianos chegam a capital paulista por mês

Com feiras nos finais de semana, bairro de Canindé vira La Paz

DO "AGORA"

Todo mês, cerca de mil bolivianos chegam a São Paulo. Na cidade, eles já somam pelo menos 50 mil -mas podem ser muitos mais, porque o número é uma estimativa, já que a metade permanece de forma ilegal no país.
Segundo a Pastoral do Migrante, serviço católico que presta assistência jurídica a imigrantes, são os estrangeiros que chegam em maior número à cidade.
Desde 2002, o movimento cresceu devido à crise argentina. Em geral, entram no Brasil com visto de turista e, três meses depois, ficam ilegais. A maioria se emprega em confecções, embora não tenha experiência, e passa a viver escondido da Polícia Federal. Sem poder ter conta no banco ou parcelar as compras, vivem isolados.
Um das poucas atividades de lazer deles acontece aos domingos.

Feira
Passear pela rua das Olarias, no Canindé (zona norte de SP), nas noites de domingo, é como fazer uma viagem a La Paz, a capital boliviana. A "língua oficial" é o castelhano. Nas calçadas, barracas vendem comidas típicas, roupas coloridas, flautas e CDs com sucessos em espanhol.
É esse o cenário da feira dos bolivianos, que ocorre há muitos anos no bairro. O evento é organizado pela Associação Gastronômica, Cultural e Folclórica Boliviana Padre Bento.
Seu presidente, Wilson Ferreira Campos, 44, brasileiro casado com boliviana, estima que a feira receba cerca de 4.000 pessoas a cada final de semana. Cem expositores trabalham das 11h às 20h.
Os quitutes mais vendidos são empanadas, salteñas (empanadas com massa doce e recheio de legumes, azeitona e batata) e tucumanas (massa frita).


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