São Paulo, terça-feira, 09 de maio de 2006

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URBANISMO

Luminárias são inauguradas, mas problema persiste na via; prefeitura diz que questão será resolvida em 6 meses

Esburacada, Rebouças tem nova iluminação

RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo de Gilberto Kassab (PFL) inaugurou ontem a nova iluminação da avenida Rebouças, na zona sul de São Paulo, sem, no entanto, resolver outro problema crônico do local: os buracos nas calçadas. Segundo a prefeitura, os buracos devem ser fechados em cerca de seis meses.
A nova iluminação custou cerca de R$ 560 mil e foi executada em dois meses. São 321 postes com lâmpadas de vapor de sódio, instalados nos dois sentidos da avenida. As luminárias ficam distantes 15 metros uma das outras. A Rebouças tem 2,4 km de extensão.
A implantação dos postes integra projeto de revitalização da Rebouças iniciado na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) e levada adiante por José Serra (PSDB), antecessor de Kassab. Entre as ações executadas está, por exemplo, o aterramento da fiação elétrica, concluído em 2005.
Segundo a Secretaria de Serviços, o projeto inicial previa 355 lâmpadas. A existência de grande quantidade de guias rebaixadas na avenida e a reforma em estabelecimentos após a aprovação do projeto levou a prefeitura a reduzir as luminárias para as atuais 321. Até a implantação dos postes nas calçadas, a iluminação estava concentrada no canteiro central.

Problema seguirá
Embora tenha a iluminação ampliada, a Rebouças continuará esburacada por algum tempo. A ausência dos trechos do piso de ladrilho hidráulico ocorre em quase todas as calçadas da avenida. Nas proximidades do Hospital das Clínicas, no sentido Consolação-Faria Lima, por exemplo, há uma faixa contínua de buracos por cerca de 30 metros, todos ao lado dos novos postes.
Situação semelhante ocorre na esquina com a rua Oscar Freire, onde um buraco de cerca de um metro já fez muita gente tropeçar. "Acontece sempre de alguém cair", afirma Jaider Nunes Santos, 22, funcionário há seis anos de uma banca de jornal na esquina da rua com a Rebouças.
A esteticista Maria Lucília Andrade Costa, 65, moradora da Oscar Freire há 15 anos, passou a enumerar os casos de acidentes no local. "Tenho quatro amigas, com mais ou menos a minha idade, que já se machucaram com esses buracos", disse. "Acho uma verdadeira barbaridade. Só pensam em resolver o problema em época de eleição."
De acordo com a Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), a responsabilidade pela condição ruim do calçamento da Rebouças é da gestão Marta Suplicy. A empresa diz que, no governo petista, os contratos feitos para aterramento da fiação elétrica da Rebouças e para colocação de ladrilhos hidráulicos nas calçadas terminaram antes da conclusão efetiva do trabalho. O fim prematuro da obra ocorreu porque, segundo a Emurb, os contratos eram de curta duração -entre dois e quatro meses. E, quando o contrato acabou, ainda restavam postes de energia elétrica que foram posteriormente removidos.
Segundo Roberto Molim, diretor de Obras da empresa, a Emurb firmou um convênio com a Subprefeitura de Pinheiros para recomposição das calçadas nos trechos em que falta revestimento. O processo licitatório deve consumir três meses e a execução, mais três. O custo será de R$ 95 mil.
Ao mesmo tempo em que recompõe as calçadas, a prefeitura deve cavar buracos entre os postes recém-implantados para colocação de árvores. Serão 325 ao longo da Rebouças, em projeto que, de acordo com empresa, deve ocorrer até o final do ano, em custo avaliado em R$ 400 mil.
A Folha procurou na tarde de ontem, por telefone, a assessoria da prefeita Marta Suplicy, mas não conseguiu contato.


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