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Ribeirinhos dormem em canoas dentro das casas no Pará
No NE, prejuízo causado pelas chuvas é de R$ 1 milhão, segundo balanço do Ministério da Integração Nacional
No Pará, cerca de 177 mil pessoas foram atingidas pelas enchentes; no NE, Ceará é o Estado com o maior número de mortos
DA AGÊNCIA FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
A cheia dos rios da região do
baixo Amazonas, no Pará, está
obrigando ribeirinhos a dormir
em canoas, que boiam dentro
das casas inundadas.
Segundo a Defesa Civil do Estado, essa é uma das maneiras
encontradas pelas populações
tradicionais para continuar nas
moradias. Nas áreas rurais, a
maior parte delas está inabitável. Ficando nas canoas, as pessoas tentam evitar também o
contato com a água, que muitas
vezes está contaminada.
Há preocupação dos ribeirinhos com o gado. Os bois têm
conseguido sobreviver porque
os donos constroem plataformas altas sobre os rios, nas
quais os animais ficam até as
águas baixarem. Até agora, não
foram registradas perdas.
Há também o receio de doenças. Kits com remédios estão
sendo enviados em balsas, assim como substâncias para purificar a água.
Com a cheia, 17 municípios
estão em situação de emergência no oeste do Pará.
Cerca de 177 mil pessoas foram afetadas direta ou indiretamente pela chuva na região.
Ao menos 1.084 estão desabrigadas. Outras 23 mil estão desalojadas -morando com amigos ou parentes. Um bebê morreu afogado. Os dados são da
Defesa Civil.
Ontem, em Santarém, as
águas prejudicavam até o centro comercial, fato raro mesmo
na época de chuvas.
No Amazonas, o governo do
Estado diz que o objetivo dos
prefeitos é conseguir mais dinheiro e ajuda humanitária
(cestas de alimentos, material
de limpeza e kits de abrigos,
além de colchões e cobertores).
Há dois meses, a população
do Amazonas sofre com a enchente da bacia amazônica. O
governo decretou situação de
emergência nos 62 municípios.
No Nordeste, a chuva causou
prejuízos de cerca de R$ 1 bilhão, de acordo com o balanço
parcial feito pelo Ministério da
Integração Nacional.
Os números foram divulgados ontem, em Natal (RN), pelo
ministro Geddel Vieira Lima,
durante um fórum que reuniu
governadores da região.
Desde abril, cerca de 185 mil
pessoas tiveram de deixar suas
casas. Ao menos 34, de seis Estados nordestinos, morreram
por causa das chuvas
Um dia após dizer ser inútil
enviar dinheiro neste momento para reconstruir os Estados
atingidos pelas cheias, o ministro voltou a dizer que recursos
para obras emergenciais ainda
não têm previsão para liberação. Mas afirmou que, neste
ano, a ajuda federal vai ser mais
rápida do que em 2008.
Anfitrião do fórum, o Rio
Grande do Norte, por exemplo,
vai receber, só agora, R$ 7 milhões relativos a verbas anunciadas ainda no ano passado pelo governo federal para o combate às cheias. A Defesa Civil local calcula que somente os setores de carnicicultura e extração de sal já acumulam prejuízos de R$ 40 milhões.
No Ceará, Estado com o
maior número de mortos (12)
no Nordeste, 43.968 pessoas já
deixaram suas casas. Até ontem, 821 casas foram destruídas e 7.021, danificadas. O governo local estima serem necessários R$ 95 milhões.
O número de municípios em
situação de emergência no
Nordeste chegou ontem a 160
-ao menos uma em cada 11
prefeituras fez a solicitação.
(JOÃO CARLOS MAGALHÃES, KÁTIA BRASIL, MATHEUS PICHONELLI, SILVIA FREIRE e RENATA BAPTISTA)
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